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Caso Procon

Policial aposentado que atirou em empresário se entrega à polícia

A vítima foi alvejada com três tiros durante audiência de conciliação no Procon

Delegado Antônio Souza Ribas Junior - Foto: Duda Schindler/ CBN CG
Delegado Antônio Souza Ribas Junior - Foto: Duda Schindler/ CBN CG

O policial militar aposentado, José Roberto de Souza, se entregou à polícia na manhã desta quinta-feira (16) e confessou o crime. Ele efetuou três disparos de revólver contra o dono de oficina Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, durante audiência de conciliação na sede da Superintendência Estadual para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon) na segunda-feira (13).

José Roberto fugiu no momento do crime, mas se entregou após três dias, sem a arma e sem explicações de onde estava escondido. De acordo com o depoimento na 1ª Delegacia de Polícia Civil, o autor já tinha pago mais de R$ 30 mil pelos serviços mecânicos da vítima, desde setembro de 2022.

A briga no Procon teria sido motivada pelo valor de uma troca de óleo de R$ 630 e a recusa do empresário em entregar a nota fiscal com o valor correto dos problemas mecânicos pagos pelo autor.

O delegado do caso, Antônio Souza Ribas Júnior, explicou em coletiva de imprensa que, como não houve flagrante, o policial aposentado foi preso preventivamente, seguindo determinação judicial a pedido do Ministério Público Estadual.

José Roberto não revelou se os disparos foram premeditados, apenas disse que carregava a arma particular em todas as atividades do dia a dia. Segundo o policial, no momento do crime houve discussão e a vítima levantou da cadeira exaltada, foi quando ele sacou a arma e efetuou os disparos.

De acordo com o delegado, as informações iniciais sobre o porte de arma de fogo indicam que a licença está vencida. A polícia investiga ainda os motivos da aposentadoria do autor.

O autor alegou que sentia que a vítima estaria destratando ele durante o transcorrer desse procedimento de serviço mecânico, desde setembro do ano passado. O problema estaria em torno da nota fiscal relacionando todo o serviço realizado, o valor que a vítima teria colocado na nota fiscal seria um e ele queria que fosse outro porque teria pago a mais por isso“, afirmou o delegado.

Advogado José Roberto da RosaAdvogado José Roberto da Rosa

O advogado do policial aposentado, José Roberto da Rosa, afirmou que ainda não tem os laudos do processo para saber as informações oficiais e somente ouviu o depoimento do acusado.

A explicação da defesa é que a vítima havia trocado o motor do carro do policial, que começou a apresentar diversos defeitos. O empresário começou então a cobrar sempre um valor a mais para o conserto dos problemas, mesmo dentro do prazo de garantia do novo motor.

José Roberto afirma que na primeira audiência, realizada na sexta-feira (10), o autor só queria a nota fiscal do serviço, no valor de quase R$ 33 mil, para que ele pudesse recorrer a outros processos de indenização, mas o empresário apresentou uma de R$ 22 mil.

Na segunda audiência, quando aconteceu o crime, a vítima teria apresentado a mesma nota fiscal com valor menor do que o que teria sido pago pelo serviço. Ainda de acordo com o advogado, nesse momento o dono da oficina começou a ofender o autor.

Começou a ficar um clima esquisito na sala. O José Roberto disse que em um momento anterior a vítima teria questionado como um ‘pulicinha neguinho’ tinha uma SW4. Na audiência, o mecânico se levanta e teria levando a voz com ele, e naquele momento José também se levanta e dispara três vezes em direção ao Caetano, não fazendo mira certeira“, explica o advogado.

O policial militar aposentado foi levado para o presídio Militar e deve responder por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.