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Policial confessa ter matado colega com tiro acidental

Ambos trabalhavam na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

O agente da Polícia Civil Cleideval Antônio Vasques, 47, confessou ter matado a colega de trabalho, a policial civil Elaine Orlando Viana Yamazaki, 35, segundo informou o delegado Cláudio Zotto, responsável pela investigação.


Ambos trabalhavam na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Investigavam casos de violência contra mulheres.


Vasques foi preso na Deam logo de manhã. O policial disse que a ação não foi premeditada. Ele relata que esteve na Faculdade Estácio de Sá, onde Elaine Yamazaki cursa Direito. Lá, conversou com ela. Segundo informações vários indícios apontam que ela havia rompido um relacionamento com Vasques que não aceitava a decisão dela.


A polícia confirmou que tudo leva a crer que o crime foi passional.

Há informações de que o policial se apresentou, momentos após o crime. Ele é lotado na DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde Elaine também trabalhava.


DEPOIMENTO


Ainda conforme o relato do suspeito ao delegado, Vasques esperou a jovem policial sair da aula, no veículo dela, um Fiesta. De motocicleta, uma Honda Twister, preta, placa HSD-4235, ele a seguiu e ao chegar na região onde ela mora, na Avenida Salgado Filho, na Vila Carvalho, ele a ultrapassou e deu a seta para que ela entrasse numa das ruas que cruzam a avenida, a Rua 1º de Julho.


Dentro do carro dela, a arma calibre ponto 40 foi colocada no painel, ainda de acordo com informações do delegado. Eles conversaram por cerca de uma hora e meia, quando discutiram, e Vasques pegou a arma, Elaine teria reagido e o disparo acidental acontecido, ainda segundo a defesa do suspeito à polícia. Ele não chamou socorro à vítima.


Elaine morreu pouco antes da meia-noite. O corpo foi encontrado no veículo pela manhã.


A jovem foi alvejada na cabeça. Era casada e deixou uma filha pré-adolescente. Em casa, a família já estava preocupada e a procurava. O telefone celular não atendia.


PISTAS


Mas foram duas informações que auxiliaram a polícia a solucionar o caso de forma rápida. A primeira, a cápsula disparada, encontrada dentro do carro pelos peritos, era a ponto 40, ou seja, de uso restrito. Neste caso, o criminoso seria um policial. A outra, por volta das 4 horas uma ligação anônima. Ainda conforme a versão policial, a testemunha disse que o autor estava numa motocicleta de cor preta, Honda Twister e ainda detalhou letras, número da placa e a roupa usada pelo principal suspeito.


As informações levaram rapidamente a polícia até a casa dele. Lá, a mãe do policial informou que ele não havia dormido em casa. Os agentes entraram e encontraram uma outra pista: a roupa que ele usou no crime. Após matar a colega pela qual ele era obcecado, o policial foi para casa e tomou um banho. Não dormiu na residência e para não levantar suspeita disse à mãe que tinha que ir trabalhar, na Deam.


No local de trabalho, onde os colegas conviviam todos os dias, a equipe de agentes chegou e efetuou a prisão. Vasques era divorciado, tem dois filhos. Ele será indiciado pelo crime de homicídio qualificado por conta do motivo ter sido fútil e a vítima não ter condições de defesa. Ele poderá pegar de 14 a 30 anos de prisão.


A delegada chefe da Deam, Lúcia Ferreira Falcão disse que o casal era estritamente profissional. Ela desconhecia que havia relação afetiva.