Veículos de Comunicação

Polícia

Preso superintendente da FIEMT que mandou matar o filho em MS por prêmio da loteria

O alvo da armação disse que jamais esperava ter a morte encomendada pelos familiares

Uma trama policial digna de filme levou para cadeia ontem (27) de tarde o superintendente da FIEMT (Federação das Indústrias de Mato Grosso), Francisco Serafim (60). Ele é suspeito de mandar matar o próprio filho, Fábio Cézar Barros Leão (40), em Mato Grosso do Sul, por causa de um prêmio de R$ 28 milhões que Fábio ganhou na loteria há quatro anos.

A prisão foi decretada pelo juiz da comarca de Bandeirantes (MS) e cumprida na sede da FIEMT, em Cuiabá (MT). Segundo a investigação da Polícia Civil sul-mato-grossense, o empresário encomendou a morte do próprio filho e contou com a ajuda do caçula, Fabiano Barros Leão, que também foi preso no final da quinta-feira.

O alvo da armação disse que jamais esperava ter a morte encomendada pelos familiares. "Onde se pode imaginar que o pai e o irmão vão matar um filho? A gente só vê isso na televisão, em filme. Minha cabeça está a mil", disse Fábio Leão.

Segundo o advogado dele Ricardo Monteiro, a briga familiar começou há quatro anos, quando Fábio ganhou na Loteria um prêmio de R$ 28 milhões. Por segurança, a fortuna teria sido depositada na conta do pai, Francisco Serafim, que depois se negou a devolver a quantia ao filho sortudo.

Fábio conta que o pai sempre administrou os bens dele. Há cerca de dois anos, porém, quando pediu o dinheiro que ganhou, os problemas começaram. “Ele não quis devolver e tive que entrar na justiça. Desde então não falava com meu pai, mas não esperava isso. Quem espera um trem desses? Eles são sangue do meu sangue”, lamenta.

Pistoleiros caíram em barreira da PRF em MS

A investigação sobre a encomenda da morte de Fábio começou quando a Polícia Rodoviária Federal prendeu dois homens com armas e inúmeras fotografias do alvo em um veículo.

Na última terça-feira (26) Fábio soube que os principais suspeitos de terem contratado os pistoleiros para matá-lo eram o próprio pai e o irmão mais novo. O delegado que cuida do caso informou à imprensa que não se manifestaria porque as investigações ainda são sigilosas.

“O dinheiro trouxe coisas materiais muito boas, mas destruiu minha família”, disse Fábio ao jornal cuiabano Gazeta Digital após saber da prisão preventiva do pai. O irmão caçula dele foi preso em MT e os policiais encontraram com ele "farto armamento e munição". Mais quatro pessoas que estariam no estado de Goiás tiveram a prisão decretada.

Segundo o advogado de Fábio, Ricardo Monteiro, o pai do cliente já teria perdido em diversas instâncias a briga pela posse da fortuna e teve os bens bloqueados pela Justiça.

Francisco Serafim disse que a acusação seria uma armação do próprio filho. O advogado do acusado, que deve ser trazido para Mato Grosso do Sul hoje (28), disse que o caso não seria comentado até terem mais informações sobre o inquérito.

A Federação das Industrias de MT informou que não se manifetará oficialmente sobre a prisão porque o caso é um problema pessoal do superintendente e não envolve a instituição. Serafim já ocupou também a superintendência do Banco da Amazônia (BASA).