A Região do Bolsão, que compreende 11 municípios, incluindo Três Lagoas, seria uma das áreas de maior atuação das quadrilhas especializadas em assalto a passageiros de ônibus, em Mato Grosso do Sul.
O último roubo foi registrado na madrugada de segunda-feira (13), quando dois homens armados interceptaram um ônibus de transporte interestadual na BR 158, município de Aparecida do Taboado. O veículo fazia o itinerário Querência (MT) a Panambi (RS), quando foi fechado por um Gol. Os assaltantes renderam o motorista do ônibus e roubaram objetos de valor dos passageiros. O valor total levado na ação não foi revelado pela polícia. No entanto, estima-se que a dupla tenha fugido com roupas, aparelhos celulares, notebooks e dinheiro em espécie. O caso foi registrado na delegacia de Selvíria.
Este foi o segundo assalto a ônibus registrado em menos de uma semana. Na madrugada de quinta-feira passada (9), uma quadrilha rendeu 25 passageiros de um ônibus na BR 158, próximo ao município de Paranaíba.
Informações extra oficiais apontam que o motorista seguia de Paranaíba para Cassilândia quando foi interceptado pelos assaltantes, que estavam em uma Parati. Um dos bandidos teria entrado no ônibus e exigido que o motorista seguisse um outro veículo envolvido na ação em direção a uma estrada vicinal. Dois quilômetros à frente pela estrada, os outros integrantes também entraram no ônibus. O grupo fugiu levando celulares, jóias e dinheiro dos passageiros.
FACILIDADE
Procurado pela reportagem, o chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Sylvio Costa Jardim Neto, associou a possível preferência pela região à extensão do trecho e também o número de estradas vicinais existentes no Bolsão. “O trecho que compreende toda a região do Bolsão é muito longo e composto por diversas estradas vicinais que dão acesso a fazendas e etc. Estes dois fatores, com o agravante da falta de investimentos em segurança à mesma altura da necessidade da região, acabam facilitando a ação desses bandidos. E estamos falando em investimentos em todas as policias: Civil, Polícia Militar Rodoviária (PMR), PRF e etc”, disse.
Entretanto, Sylvio defende que os números não são tão altos quanto divulgado no Estado. “Em Três Lagoas, por exemplo, no período que estou aqui, nunca foi registrado um caso se quer. O local mais próximo em que registrou o assalto foi a região de Cassilândia, segundo o inspetor. Além disso, no ano passado, a PRF também registrou um assalto entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara.
Para ele, a melhor forma de se prevenir a esta modalidade de assaltos é adotar algumas medidas de segurança. A principal delas está relacionada à identificação dos passageiros. “Todo passageiro precisa ser identificado antes do embarque. Se ele se recusar, já é motivo para ficar em alerta. Outra medida é não estacionar em lugares afastados. Muitos motoristas, durante o trajeto, realizam diversas paradas, até mesmo no intuito de ajudar aquele que aguarda. Entretanto, muitas vezes o passageiro é apenas uma isca da quadrilha”, alertou. (R.P)
