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Sejusp reavalia e aumenta número de novos policiais

Vários segmentos da sociedade da Cidade reclamaram que o efetivo estabelecido anteriormente era insuficiente

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) terá o quadro reforçado por sete investigadores de polícia. A chegada dos novos policiais foi anunciada pelo diretor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Jorge Razanauskas Neto, em coletiva à Imprensa realizada na tarde de ontem (20), na 1ª Delegacia de Polícia.

O número de policiais é mais que o dobro previsto logo após o término do concurso. Quando lançado o edital de convocação dos agentes de polícia, constavam duas vagas para Três Lagoas. Na época, o anuncio havia gerado insatisfação não apenas na própria classe, como também na sociedade civil organizada, Ministério Público Estadual (MPE) e outros. Depois, passou para quatro policiais, como havia sido divulgado, e agora aumentou para sete. De acordo com Razauskas, o aumento foi decorrência de um estudo realizado sobre a situação de Três Lagoas. “Hoje, Três Lagoas é uma das cidades que mais cresce em todo o Estado e queremos dar uma resposta de forma pró-ativa, resgatar a sensação de segurança da população”, disse.

Atualmente, o índice de crimes solucionados pela Polícia Civil é de apenas 25%, sendo um pouco maior em relação aos homicídios. Em contrapartida, em alguns casos, como de roubos, o aumento foi de 171% nos últimos quatro anos, como divulgado pelo Jornal do Povo na matéria “Investimentos em Baixa, Violência em Alta”, de 25 de setembro deste ano. Questionado, o diretor-geral frisou o objetivo do reforço é melhorar estes índices. “Sabíamos que Três Lagoas teria este aumento [da violência], mas não havia como ser mais rápidos. Este foi o primeiro concurso realizado diretamente pela Sejusp [Secretaria de Justiça e Segurança Pública], demoramos quase um ano para prepará-los, depois cumprimos sete etapas do concurso e tivemos mais seis meses de academia para preparar estes policiais. O concurso público é um processo demorado”, disse.

Uma das medidas encontradas para dar maior resposta à população foi a destinação de todos os investigadores para a DIG. Conforme o delegado titular da 1ª DP, Eraldo Coelho, a iniciativa partiu de uma reunião com o delegado regional Vitor José Fernandes Lopes com todos os delegados de Três Lagoas.
Já os sete escrivães, também lotados nesta semana, foram distribuídos em todas as delegacias. Eraldo explicou que as 1ª e 2ª Delegacias receberam dois escrivães cada. Já Dig, DAM e 3ª DP receberam um profissional cada.

IDEAL

Na coletiva, o diretor-geral admitiu que o número ainda é insuficiente para sanar o problema da Polícia Civil, mas garantiu que trará resultados. “O ideal ainda não foi atingido, sabemos disto. Mas todo o Estado está numa situação complicada. Para se ter uma base, temos 18 municípios ainda sem delegados. Todo o efetivo da Polícia Civil está abaixo do necessário”.

Sem falar em números, Razanauskas disse que a defasagem no quadro da Polícia Civil de MS chega a uma média de 20 a 30%. Ele relaciona o problema da falta de efetivo aos anos sem novas contratações. O último concurso público da Polícia Civil foi realizado foi no ano de 2003. Neste período, mais de dez agentes de polícia se aposentaram apenas em Três Lagoas, e não foram repostos.

No entanto, o diretor-geral já estuda a possibilidade de convocar mais uma turma de policiais para o próximo ano. De acordo com Razanauskas, hoje, a Polícia Civil possui 100 investigadores e 50 escrivães aprovados e que podem ser convocados. “Além disso, também estamos analisando a possibilidade de abrir um novo concurso público. Mas estes são projetos, não há nada definido”. Caso os pedidos sejam acatados pelo governador André Puccinelli (PMDB), o novo processo seletivo e a convocação dos aprovados deverão acontecer no início do próximo ano, de janeiro a março.