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Acordos regionais prevalecem após pressão de "costuras" da terceira via

PSDB firmou apoio à Simone Tebet mesmo com pré-candidaturas estaduais mantidas e se afastou do União Brasil

O que foi fechado em casa, não se desmancha fora dele. Os acordos regionais feitos por MDB e União Brasil para a disputa por governos estaduais estão mantidos, mesmo após a pressão das executivas nacionais do partido para que houvessem desistências e, assim, formada uma aliança de maior monta em torno da chamada terceira via.

Tudo isso também passa por Mato Grosso do Sul, que viu candidaturas ficarem em xeque após as negociações em Brasília (DF). Porém, no final das contas, nada mudou no cenário eleitoral. André Puccinelli continua sendo o nome do MDB ao governo sul-mato-grossense e Rose Modesto (União) se mantém em pé na corrida eleitoral.

MDB, PSDB e União Brasil propagandeavam no início do ano que, juntos, formariam uma aliança de centro-democrática, que seria uma alternativa à polarização atual entre bolsonarismo e lulopetismo. Nos ensaios, iniciados no ano passado, vários nomes foram cogitados.

Essa história começa com um sul-mato-grossense e, pelo andar da carruagem, terminará com outra sul-mato-grossense. Um dos primeiros a serem cogitado para liderar essa "nova via" foi o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Porém, o nome do ex-deputado federal e ex-secretário de Saúde de Campo Grande foi minado e limado.

Outros surgiram, como o ex-juiz e também ex-ministro (Justiça e Segurança Pública) Sergio Moro, e o ex-governador paulista João Doria. Porém, ambos ruíram no meio do caminho e viram o posto de candidato da terceira via ficar com a três-lagoense Simone Tebet. 

Mulher e pouco rejeitada em pesquisas, Simone foi a escolhida para representar o grupo com apoio apenas do PSDB e do coadjuvante Cidadania. Os tucanos pressionaram pelo recuo de emedebistas em três estados: Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Contudo, a pressão foi insuficiente e os acordos regionais prevaleceram.

André e seus aliados, por exemplo, reafirmaram constantemente que sua candidatura não seria retirada sob qualquer hipótese – pesou também ele ser o atual líder das intenções de voto e Simone, sua "afilhada política", ainda sequer estar próxima dos dois dígitos. Assim, por ora, Puccinelli segue adversário, e não aliado, de Eduardo Riedel (PSDB).

Já no Rio Grande do Sul, o recuo do emedebista Gabriel Souza era tido como fundamental para as pretensões de reeleição de Eduardo Leite – que renunciou recentemente ao governo para uma frustrada busca por candidatura presidencial -, mas a situação não se concretizou e o MDB gaúcho, inclusive, lançou nota reafirmando a "pré-candidatura ao Piratini".

ROSE MODESTO

Uma recente reaproximação de Luciano Bivar, pernambucano que preside o União Brasil, com os tucanos, levantou também a hipótese de que pré-candidaturas do recém criado partido – fusão do DEM com o PSL – em seis estados fossem colocadas em negociação com o PSDB em troca do apoio da sigla presidida por Bruno Araújo. Porém, isso também não prosperou.

Vendo a lentidão no acordo MDB e PSDB, Bivar quis atravessar a aliança e ele sim se lançar com o apoio tucano à presidência. Contudo, Bivar que outrora se afastou por falta de consenso com MDB e PSDB, voltou a ficar sem entendimento com o tucanato.

Em nota, o União Brasil de Mato Grosso do Sul voltou a reafirmar que não vai retirar a pré-candidatura de Rose Modesto, que segue caminhando pelo Estado para levar suas propostas aos eleitores, assim como faz André e Riedel, além de Marquinhos Trad (PSD).

Esses são os quatro principais nome da disputa, que vê ainda correr por fora o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), a advogada Giselle Marques (PT) e a professora Lahhara Arguelho (Psol). Esse quadro pode mudar até o fim de julho e começo de agosto, quando ocorrem as convenções partidárias e se oficializam os cenários.