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Editorial

Alguém precisa avisar Bolsonaro que a campanha de 2018 acabou

Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado

 Ao mesmo tempo em que pré-candidatos a prefeito e a vereador dos mais de 5 mil municípios brasileiros se aprontam para entrar em mais uma campanha eleitoral alguém precisa avisar o presidente Jair Bolsonaro que a campanha de 2018 acabou na apuração dos votos. As paradinhas para comer pastel, correr de moto, beijar velhinhos e crianças nas ruas não são mais necessárias porque ele venceu a eleição. A hora de mostrar serviço chegou!

Sem ceticismo nem pessimismo, mas com os pés no chão e a cabeça grudada ao corpo, os brasileiros precisam reafirmar aos seus governantes que, apesar da overdose de eleições, o país não vive de campanhas. Nenhum país – ainda mais um do tamanho do Brasil – conseguirá se livrar de seus números negativos se seus governantes transferirem gabinetes para os palanques. Discursos e as estratégias políticas têm épocas apropriadas e não podem, nunca, invadir o expediente de trabalho. E isso vale encaixadamente para o Legislativo, que já programa a paradeira das sessões, reuniões e seu próprio funcionamento nos 45 dias de campanha deste ano. 

Bolsonaro, os 5 mil prefeitos e os 200 mil vereadores não podem paralisar o país por conta das eleições como fizeram seus antecessores e jogaram o Brasil num fosso de decepções. 

Cobrar resultados do presidente da República significa cobrar de todo o seu governo mesmo com a centralização que Bolsonaro mantém, mesmo negando que exista. 

O país confiou ao presidente uma tarefa árdua e igualmente inadiável: implantar um novo modelo de governo e impedir, por exemplo, que o país seja paralisado por qualquer motivo.

A ação do governo na repatriação de brasileiros que estão sob risco de contaminação pelo novo coronavírus, na China, deveria ter a mesma agilidade da demissão de ministros, subs e secretários. Mas, demonstrou que descompassos não são erros apenas de antecessores. 

Bolsonaro não tem “apenas” funções administrativas; tem, também, as estratégicas. Não foi isso o que fez, por exemplo, nos casos da área de cultura. 
Agilidade, presidente.
O Brasil tem pressa.