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Bate-boca com palavrão reabre guerra no Senado

Manifesto assinado por 39 pede que Sarney deixe comando da Casa

Um dia após o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um novo bate-boca no plenário da Casa, com xingamentos e até um palavrão, reacendeu a guerra entre oposição e governo. Um dos comandantes da tropa de choque de Sarney, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), pediu a cassação do líder tucano, Arthur Virgílio (AM), e Tasso Jereissati (CE) defendeu o correligionário. Renan chamou Tasso de "coronel", e este rebateu chamando o peemedebista de "cangaceiro". Renan xingou o tucano com um palavrão. Sarney, que presidia a sessão, ficou impassível, sem condições de conter o tumulto. Quatro partidos contrários ao arquivamento das acusações contra Sarney divulgaram manifesto assinado por 39 senadores de vários partidos, pedindo seu afastamento. Na primeira reunião da CPI da Petrobras, os governistas barraram pedidos da oposição e adiaram votações sobre a Receita Federal e a Fundação José Sarney.

– Senador Renan, não aponte esse dedo sujo para cima de mim! Não aponte esse dedo sujo para cima de mim! Estou cansado de suas ameaças – disse Tasso.

– O dedo sujo, infelizmente, é o de Vossa Excelência, são os dedos dos jatinhos que o Senado pagou – retrucou Renan, em referência à denúncia de que Tasso usou parte de sua cota de passagens para fretar jatinhos.

– Pelo menos era com meu dinheiro. O jato é meu, não é do que o senhor anda, dos seus empreiteiros. O dinheiro é meu, é meu, é meu! – rebateu Tasso, exaltado.

Fora do microfone, Renan grita para Tasso: – Seu coronel de merda!

– Eu coronel?! Cangaceiro! Cangaceiro de terceira categoria! Olha o decoro parlamentar. Repita o que você disse aí – disse Tasso, que escutou Renan o xinga-lo de “coronel de merda”.

– Você não é coronel de nada. Você é minoria com complexo de maioria. Me respeite – continuou Renan.

– Presidente, o senador Renan Calheiros acabou de quebrar o decoro parlamentar me dirigindo palavras de baixo calão. Eu peço que seja feita uma representação sobre isso – disse Tasso ao presidente Sarney.

– Presidência, eu peço desculpas e peço para vossa excelência retirar da sessão de hoje que minoria com complexo de maioria é falta de decoro parlamentar – tentou consertar Renan.