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Criação de CPMI esquenta a política em Brasília e em MS

Opositores ao governo petista vão usar as investigações para desgastar o partido e suas lideranças e, assim, reverter em votos nas eleições municipais

Adilson Trindade, durante participação no Jornal CBN Campo Grande nesta segunda (24) - LSSCom/CBN-CG
Adilson Trindade, durante participação no Jornal CBN Campo Grande nesta segunda (24) - LSSCom/CBN-CG

Os parlamentares de Mato Grosso do Sul estão divididos com relação à CPMI para investigar os atos antidemocráticos de 8/1. O clima político em Brasília já esquentou com debates sobre o caso. Se depender dos petistas Vander Loubet e Camila Jara, essa CPMI seria engavetada.

Mas vão seguir a orientação do Planalto de levar avante essa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar o quebra-quebra no Planalto, Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal por vândalos, depois de imagens mostrarem o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias circulando livremente no meio dos invasores no Palácio do Planalto.

Os vídeos deram força e aumentaram a pressão sobre o Planalto para aceitar as investigações.

Era tudo o que os bolsonaristas queriam para desgastar a imagem do presidente Lula. O governo usa a narrativa de que os atos terroristas foram provocados por bolsonaristas. Já os bolsonaristas culpam os infiltrados da esquerda no quebra-quebra.

A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) que chegou a propor uma CPI no Senado para apurar a situação, não esconde a sua mágoa com o presidente da Casa de Leis, Rodrigo Pacheco (PSD). Ele exigiu a confirmação das assinaturas no requerimento. Como isso não foi feito, ele sepultou a proposta. Thronicke foi enfática "não sou palhaça para ficar que nem uma barata tonta" percorrendo os corredores do Senado colhendo assinaturas.

Diante disso, a senadora sul-mato-grossense ofereceu resistência à CPMI. Ela prefere a CPI. Mas como a CPMI já é considerada fato líquido e certo, disse aceitar ser uma das integrantes.

Essa CPMI, por outro lado, servirá de discurso nas próximas eleições municipais em Mato Grosso do Sul, como também em outros Estados. O pleito que tem mobilizado o setor político nos bastidores será um novo teste de força entre esquerda e direita, principalmente para o PT.

As investigações vão mostrar quem está falando a verdade nessa troca de acusações. Os bolsonaristas querem provar que os terroristas são os infiltrados da esquerda. Já a esquerda reforçará a narrativa de que os terroristas são os bolsonaristas radicais. 

Os deputados federais bolsonaristas, Dr. Luiz Ovando e Marcos Pollon, ambos do PL, querem participar da CPMI, até porque essa comissão de inquérito vai atrair os holofotes todos os dias.