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Eleições 2022

De Três Lagoas para a disputa da Presidência da República

Três-lagoense, Simone Tebet coloca MS em evidência na disputa pela Presidência

De Três Lagoas para a disputa da Presidência da República - Divulgação
De Três Lagoas para a disputa da Presidência da República - Divulgação

A três-lagoense Simone Tebet vem quebrando barreiras e conquistando espaços que poucos, em especial as mulheres, conseguiram. Nascida em Três Lagoas, Tebet disputará o principal cargo político do Brasil, o de presidente da República. 
Simone é exemplo de mulher que venceu desafios e conquistou cargos até então ocupados por homens. Foi a primeira mulher a administrar Três Lagoas, primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul, a primeira senadora eleita pelo Estado, e a primeira a presidir a comissão mais importante do Senado, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Além disso, protagonizou disputa inédita pela Presidência do Senado, em uma batalha interna com Renan Calheiros (AL) dentro do MDB. Agora, em nova disputa contra os velhos caciques do partido, Simone venceu mais uma.

Nesta semana, em convenção virtual, o MDB oficializou a candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à Presidência da República. Em meio às disputas internas dentro do próprio partido, Simone conseguiu 262 votos favoráveis e 9 contrários. Uma ala do partido ligada ao senador licenciado Renan Calheiros defendia apoio a pré-candidatura de Lula, mas Simone conseguiu apoio da maioria dos emedebistas, em especial do deputado federal e presidente nacional do partido, Baleia Rossi. “Não percorremos o caminho mais fácil, não percorremos o caminho da velha política, do toma lá, dá cá, das negociações não republicanas. Não percorremos um caminho fácil, mas percorremos o melhor caminho”, afirmou Baleia Rossi, ao comentar o resultado da convenção.

Simone concorrerá ao Planalto, também como representante da federação formada por PSDB e Cidadania, que realizam convenção no mesmo dia que o MDB. 

Em seu discurso, Simone Tebet agradeceu o empenho de Baleia Rossi na construção de sua candidatura. “Você talvez não tenha noção da importância para nós, mulheres, deste momento”, disse. A senadora afirmou que, com a determinação de Rossi, ele se igualava aos grandes homens públicos que passaram pelo MDB. Citou, nesse caso, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Tancredo Neves, Mário Covas, Franco Montoro e Itamar Franco, além de Fernando Henrique Cardoso e Pedro Simon. “Você se iguala a eles pela ética, coragem, por não ter aceitado pressão, conchavos, negociatas ou negociações não republicanas”,  declarou Simone, que pretende se firmar como terceira via e tentar romper a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

ENTREVISTA 
Em entrevista ao RCN Notícias da rádio Cultura FM e TVC HD nesta sexta-feira(29), a senadora disse que nunca imaginou ser política, que dirá presidente da República, mas ressaltou que está pronta para servir as pessoas e que coragem nunca lhe faltou. Simone disse ainda que como prefeita de Três Lagoas pode mostrar ao Brasil o seu trabalho. Além disso, destacou que sabe reconhecer e sentir na pele os problemas das pessoas. 

Para a senadora, haverá segundo turno nas eleições presidenciais. Questionada se, em uma eventual possibilidade de não ir para o segundo turno, se apoiaria Lula ou Bolsonaro, disse que não cogita essa possibilidade, pois antes  disso, é candidata competitiva. Afirmou que é uma das candidatas com menor índice de rejeição e aposta no eleitorado feminino para conseguir ir ao segundo turno. 

Em relação ao seu vice, destacou que seria bom uma chapa feminina como tem sido cogitado, mas ressaltou que essa é uma decisão do PSDB e Cidadania, e que respeitará a escolha dos partidos que compõe a federação. 

Quem é Simone Tebet?

Advogada, professora e senadora da República, Simone Tebet tem 52 anos e nasceu em Três Lagoas.  É a primogênita do casal Fairte e Ramez Tebet, bem-sucedido na política do Mato Grosso do Sul. Simone é esposa do deputado estadual licenciado, Eduardo Rocha, atual secretário de governo do Estado, e mãe da Maria Eduarda e da Maria Fernanda.

Desde criança, a política fez parte da sua vida. Acompanhou de perto a carreira do pai, professor universitário, prefeito da sua cidade natal, deputado, governador e senador por Mato Grosso do Sul.

Sempre à frente do seu tempo, foi aprovada aos 16 anos na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, uma das mais conceituadas do país. No Rio de Janeiro, descobriu a vida nas metrópoles, um mundo totalmente diferente do seu, desafio que enfrentou com coragem e determinação.

Depois de formada, tornou-se professora universitária de Direito Público e Administrativo, atividade que exerceu durante 12 anos em diferentes e renomadas instituições. Durante esse período, também atuou como consultora jurídica e foi diretora da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, onde acumulou experiência técnica e vivência em gestão pública.

Em 2002, aos 31 anos, foi eleita deputada estadual e, em 2004, foi a primeira mulher eleita prefeita de Três Lagoas. Quatro anos depois, em 2008, finalizou a votação reeleita prefeita, com 76% dos votos válidos. Em 2010, deixou o cargo e se candidatou a vice-governadora do MS. Venceu e tornou- se a primeira mulher a assumir a cadeira de vicegovernadora do Estado. Experiente e preparada, participou ativamente do governo estadual até o início de 2014, quando se candidatou à vaga de senadora da República. Eleita com uma votação expressiva de 52% dos votos válidos, foi a primeira senadora eleita pelo MS .

No Senado Federal liderou a primeira bancada feminina da história e tornou-se presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Foi também a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça – CCJ, considerada a mais importante do Congresso Nacional, e a primeira mulher a disputar a presidência do Senado em 198 anos.

Atualmente, é tricampeã do Congresso em Foco, uma espécie de Oscar da política brasileira, na categoria júri especializado, e em 2021 também faturou a categoria Melhores do Senado do prêmio, com destaque para sua atuação na CPI da Pandemia.
Além disso, está há cinco anos na lista do DIAP, conhecida como Cabeças do Congresso, que reconhece a atuação dos 100 mais influentes parlamentares do país. Agora, Simone vai disputar a Presidência da República.