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"Deve haver uma mudança de rumo no Senado"

A afirmação é da senadora Marisa Serrano que não vê saída para crise se Sarney continuar presidente

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) traçou nesta segunda-feira (3) um paralelo entre o que está acontecendo em seu estado e o que está acontecendo no Senado. Ela citou uma reportagem televisiva sobre o desbaratamento de uma rede de prostituição infantil no Mato Grosso do Sul, que aliciava meninas adolescentes nas portas das escolas, e afirmou que o Senado também sofre mazelas igualmente inaceitáveis. Marisa Serrano observou que o Senado não encontrará uma saída para a crise mantendo o presidente José Sarney como se nada tivesse acontecido.

– Fatos inaceitáveis como esses assolam as pessoas de bem, deixam indignados todos na sociedade, que lutam pela justiça, pela paz e pela decência. Este momento exige um retorno aos valores que sempre foram caros ao povo brasileiro. O povo clama por isso e nós aqui temos que ouvir a voz daqueles que nos elegeram e que exigem uma mudança de rumo no Senado – afirmou.

Na avaliação da parlamentar, o Senado está afundado numa crise ética sem precedentes e sem nenhuma perspectiva de melhora nos próximos meses. Ela defendeu o fim dos costumes condenáveis da política e assinalou que a imprensa e a sociedade brasileira têm demonstrado que não aceitam mais o fisiologismo, o clientelismo, a corrupção e o tráfico de influência.

A senadora disse que não é possível paralisar o país, o trabalho dos senadores, o desenvolvimento econômico e social de toda uma nação por uma guerra política que, como todas as guerras, "tem como consequência a destruição e a morte". A consequência, alertou Serrano, será a destruição da credibilidade e das instituições. Ela repudiou a deturpação da noção de moral e ética em nome de um projeto político para 2010.

– Temos que reencontrar o rumo deste Senado com um novo condutor, respeitado e aceito pelas forças políticas do Senado. E só vamos superar esse momento se encontrarmos uma pessoa que tenha o respeito de todos nessa Casa e, principalmente, o respeito da nação – concluiu.