Reportagem publicada neste final de semana pela revista Época revela que a ex-presidente da República, Dilma Rousseff, não teve muito trabalho – senão, nenhum – para se aposentar, após deixar o cargo, cassada pelo mecanismo de impeachment.
Dia a revista ter obtido informações por meio de documentos da Previdência Social que, no dia 31 de agosto, a ex-presidente assinou, às 15h, o documento que a notificava que o Senado havia aprovado sua destituição do cargo, após cinco anos e oito meses de gestão.
De forma polêmica, segundo as informações da Previdência, a ex-presidente teria tido o seu benefício de aposentadoria liberado pelo INSS em menos de 24 horas.
Dilma contou com a ajuda do petista Carlos Eduardo Gabas – ex-ministro da Previdência Social entre 2010 e 2011, no governo inicial de Dilma.
Gabas teria entrado pelos fundos da Agência da Previdência Social do Plano Piloto, na Quadra 502 da Asa Sul de Brasília e, acompanhado de uma mulher que levava uma procuração em nome de Dilma. O ex-ministro teria se encarregado de organizar um esquema que pudesse “furar a fila” de pedidos de aposentadoria ao INSS.
Após a divulgação da informação, o INSS teria recebido ordens explícitas do Ministério e Desenvolvimento Social e Agrário para investigar a “Operação Fura-Fila” montada para aposentadoria de Dilma. Na lista dos investigados estão Gabas, Iracema da Costa Coelho e Fernanda Cristina Doerl dos Santos, funcionários da Previdência.
No INSS, um cidadão "comum" precisa esperar um prazo de 74 dias para marcar a data de requerimento de seus benefícios. Havendo algum empecilho ou greve de funcionários, esse prazo pode ser ainda maior.
Em Brasília, por exemplo, onde Dilma conseguiu se aposentar em menos de 24 horas, segundo informações, o tempo médio de espera é de 115 dias ou mais, apenas para entrar com o pedido de aposentadoria, tendo que continuar aguardando ainda mais tempo para cumprir todas as exigências e etapas impostas, afirma a revista.
Em nota emitida neste sábado, Gabas negou participação no esquema. O INSS informou que afastou dos cargos todos os servidores que possam estar envolvidos no caso.
