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Empresários vão levar a propostas para a diminuição de impostos

O grupo ainda defende a necessidade de as três esferas do Poder (federal, estadual e municipal) tornarem mais eficiente seus gastos.

O grupo de empresários, representantes de entidades patronais e profissionais liberais que integram o Movimento Brasil Eficiente voltou a defender ontem (20), em São Paulo (SP), a redução da carga tributária como forma de tornar o país mais eficiente e competitivo do ponto de vista econômico.

Com o lema Menos Impostos, Mais Empregos, o movimento propõe que o Estado brasileiro diminua gradualmente o percentual de impostos arrecadados dos atuais 36,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 30% em 2020. O grupo ainda defende a necessidade de as três esferas do Poder (federal, estadual e municipal) tornarem mais eficiente seus gastos.

“Com crescimento econômico é possível arrecadar mais, ainda que com uma carga menor”, afirmou o economista Paulo Rabelo de Castro, um dos coordenadores do movimento classificado como apartidário. “Não estamos propondo nenhum sacrifício aos futuros governantes. Se o país quiser duplicar a renda das famílias brasileiras nos próximos dez anos precisará crescer a taxas de 6% ao ano. Para isso, vão ser necessários investimentos privados e públicos não inferiores a 25% do PIB”.

De acordo com Castro, enquanto a carga tributária dos últimos 30 anos passou de 25% do PIB para os atuais 36,3%, o montante de investimentos público baixou de 4,5% para 2%. E, ainda segundo o economista, além de pequeno, os gastos públicos pecam pela falta de eficiência e qualidade.

“Todos reconhecem que a carga tributária é pesada demais e que os governos federal, estaduais ou municipais ainda não tem eficiência o suficiente para retornar Educação, Saúde, Segurança, Transporte e Previdência Social com a qualidade e a quantidade de que o brasileiro precisa. Gastamos muito e gastamos mal”, concluiu Castro.

Além de entregar suas propostas a representantes dos três candidatos à Presidência da República que lideram as pesquisas eleitorais – Dilma Rousseff (PT); José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), o Movimento Brasil Eficiente promete promover um abaixo-assinado com o intuito de manifestar aos políticos a necessidade de as informações sobre os impostos que incidem sobre qualquer mercadoria ou serviço serem melhor detalhadas.

Durante o evento realizado na Fundação Getúlio Vargas houve também várias críticas ao crescimento do número de servidores públicos. Para o professor Yoshiaki Nakano, “o tamanho excessivo da máquina governamental é uma ameaça ao crescimento econômico brasileiro”. O jurista Yves Gandra também apontou o problema criado pela carga burocrática. “A meu ver, as propostas não têm andado no Congresso por dois problemas: a União tem 70% do bolo tributário e não vai querer correr o risco de perder receita”, disse.