Veículos de Comunicação

3

FHC diz que falta "competência" ao governo para executar o PAC

Para o tucano, falta "competência" à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva para executar o PAC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou nesta sexta-feira a forma como o governo federal tem passado otimismo à população diante da crise econômica mundial, mas com medidas que "não se concretizam". Para o tucano, falta "competência" à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva para executar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

"Estamos indo dia-a-dia com medidas de impacto, mas que não se concretizam. O governo não pode deixar de passar uma mensagem de esperança à sociedade, mas não pode ser retórica […]. O PAC não está sendo afogado por falta de recursos, está sendo afogado por falta de competência", disse o ex-presidente.

Como exemplo, FHC citou a ideia de construir um transporte rápido entre a cidade de Campinas (93 km de São Paulo) e o Rio. Segundo ele, há uma postergação e, até o momento, não há nem projeto. "Está faltando maior seriedade", disse.

Principal arma do governo Lula para "vender" a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como sua sucessora, o presidente afirmou hoje, em Vitória (ES), que o PAC não termina com seu mandato. Ele disse que apresentará no próximo ano um PAC para os próximos quatro anos.

Segundo FHC, os gastos com infraestrutura representam menos de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país –sem contar investimentos privados. "É muita onda a respeito e muito pouco, sempre contando com investimentos do setor privado e boa parte também de investimentos públicos da Petrobras", disse.

Crise

As declarações de FHC foram feitas durante encontro de ex-presidentes da América Latina em São Paulo. Na agenda do encontro, que acontece hoje e amanhã em um hotel na zona sul da cidade, estão políticas sociais no continente e também o enfrentamento da crise.

Para o ex-presidente brasileiro, o maior desafio neste momento de crise é manter a esperança e que o governo não tem mostrado a preocupação necessária com os déficits futuros. "Acho que talvez o problema tanto não é do crédito, e o governo tomou medidas bastante rápidas para garantir [crédito] às empresas. Talvez até esteja exagerando na liberação dos recursos", afirmou FHC.