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Governo muda discurso e nega que órgãos de fiscalização são vilões

Padilha negou que o governo trabalhe para diminuir o poder de atuação dos órgãos

Após acusar o TCU (Tribunal de Contas da União) de ser o principal responsável pelo atraso nos investimentos do país, o governo mudou o discurso. O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou nesta quinta-feira que os órgãos de fiscalização não podem ser considerados vilões pela paralisação de obras federais por suspeita de irregularidades.

O CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) deve discutir no dia 9 de dezembro a proposta que muda o sistema de fiscalização de obras.

Padilha negou que o governo trabalhe para diminuir o poder de atuação dos órgãos. "Em nenhum momento vem se discutindo a simplificação de fiscalização. Tanto os empresários quanto os órgãos do Executivo acham que é fundamental que exista todo processo de fiscalização, mas achamos que é preciso aprimorar, não só a capacidade de execução, mas a de fiscalização para os projetos que cada vez mais complexos e com volume ainda maior de investimentos que vamos ter", afirmou.

Segundo o ministro, no entanto, é preciso estabelecer critérios uniformes de fiscalização para evitar distorções. "Nós não estamos procurando vilões para a não aceleração dos investimentos públicos. Pelo contrário, estamos procurando soluções entre nós. E acho que tanto os órgãos do Executivo e de fiscalização têm muito a colaborar", disse.

O ministro participou hoje de uma reunião do CDES que discute um projeto que estabelecerá o controle externo de órgãos estatais, atividade exercida pelos Tribunais de Contas. Para o conselheiro responsável pela proposta e presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), Paulo Godoy, é importante tornar ágil o processo de fiscalizar.

"A questão é de aproximação de critérios. Você tem que desvincular, criar padrões para demandas mais corriqueiras ou de algum tipo de problema que não está ligado a preço e sim a uma interpretação de uma ação administrativa […] Nós deixamos claro que a questão não tem quer ser grandes ou pequenas irregularidades. Se é irregular, é irregular e precisa ser sanado. Agora, é preciso caminhar para fazer essas separações, fazer trâmite diferentes para os processos e ações mais complexas e corriqueiras", afirmou.

TCU virou alvo das críticas do Palácio do Planalto depois de recomendar a paralisação de uma série de obras públicas, inclusive as do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).