A esposa do vendedor Camilo de Freitas da Silva, 28 anos, morto no domingo (20), após ser esfaqueado durante uma discussão de rua, disse que ainda não contou a fatalidade à filha, de quatro anos. Larissa Laís de Souza Fontoura, de 23 anos, compareceu na manhã desta terça-feira, à 1ª Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos acerca do assassinato do marido, supostamente por uma cabeleireira de 35 anos, no Centro de Três Lagoas.
Muito emocionada, a esposa do vendedor disse que no dia do crime, ambos discutiam devido ao excesso de velocidade em que ele dirigia o carro da família. Ela teria ficado com medo, devido à filha pequena e pediu para dirigir. O casal voltava de uma confraternização em família e o marido teria decidido passar em uma festa de amigos, antes de voltarem para casa. Segundo ela, Camilo teria parado o veículo, após ser repreendido pela jovem por passar correndo em um obstáculo. “Eu saí do carro e quando ele (o marido) me pegou pelo braço e pediu para eu voltar, a cabeleireira parou o carro, desceu com outros três rapazes e veio brigar com ele. O Camilo disse: ‘Quem é esta vagabunda? O que ela tem a ver com nossa vida?’ e ela sorriu e falou: ‘Vagabunda é? Você vai ver quem é’ e foi ao carro pegar a faca”.
Larissa disse que a mulher teve ajuda do filho e também de outro desconhecido, que teria segurado Camilo, para que a suposta assassina o golpeasse. “Eu estava o tempo todo com minha filha no colo e um deles me levou para o canto e disse para eu me esperar, que eles resolveriam tudo. Só vi meu marido caído, todo ensanguentado e não vi mais nada”, disse.
“Milha filha só dormia com o pai e ela não tem dormido direito. Ainda não tive coragem de contar a ela que o pai está morto. Essa mulher (possível assassina) destruiu minha família”, disse Larissa, emocionada.
Joice Espindola da Silva, de 35 anos é apontada como a possível assassina de Camilo, segundo testemunhas e a polícia. Ela aguarda intimação por parte da Polícia Civil, para se apresentar e prestar depoimento sobre sua versão do crime. Os advogados da cabeleireira estiveram na delegacia, no momento em que Larissa aguardava para ser ouvida pelo delegado que investiga o caso, mas, desistiram de esperar.
Família
Camilo e Larissa estavam juntos há 5 anos. Segundo ela e o sogro, Clovis Donizete Fontoura o rapaz era pessoa amável e trabalhador e que não tinha motivos para ser morto. Ele trabalhava em uma cerâmica no período noturno. “Rapaz gente boa demais, honesto e humilde. Nunca teve problema com bebida. Ajudou criar os irmãos, quando a mãe se separou do pai dele. O considerava um filho. Ele ainda tinha que trabalhar na madrugada, naquele dia”, contou.
Ainda de acordo com o sogro, a família deve se reunir para organizar um manifesto para pedir justiça. “Era um casal novo. Agora que tinha acabado de construir sua casinha. Iam começar a vida agora. Estamos clamando por justiça e vamos reunir bastante gente e vamos para frente do Ministério Público, pedir por justiça. Vamos correr atrás e não deixar que esta mulher fique impune. Vamos fazer manifestação, caso não se resolva por aqui, na Delegacia”, disse.