Veículos de Comunicação

3

Ministro quer Exército participando de obras públicas

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a defender ontem (5) a necessidade de que parte das obras públicas do governo federal seja executada pelo Exército. Segundo o ministro, a prática permitiria aos batalhões de engenharia da Força se manterem em permanente aperfeiçoamento, além de conservar as tecnologias de ponta absorvidas pelos militares nos últimos anos.
“Seria fundamental que o Exército pudesse ter uma participação em obras nacionais. Para que engenheiros, construtores e operadores de máquinas se desenvolvam, é preciso haver serviço, pois quem sabe fazer algo aprendeu no exercício da função”, afirmou Jobim.
O ministro disse que irá discutir o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com membros da equipe de governo. Para ele, a definição de um cronograma que permita aos batalhões de engenharia se manter em permanente atividade dependerá unicamente de uma “decisão política”.
“Terei que ter uma conversa com o presidente e com os Ministérios dos Transportes e de Infra-Estrutura para que possamos ter uma segurança de que, durante um determinado período do ano, teremos obras a serem realizadas pelo Exército”, declarou Jobim. “Se a decisão política é manter a experiência e a estrutura do corpo de engenheiros do Exército temos que ter obras para realizar. Senão, teremos uma unidade meramente teórica”.

CONCORRÊNCIA

Mesmo que defenda que a atuação do Exército não deve concorrer com a das construtoras privadas, Jobim reconhece a possibilidade destas reagirem contrariamente à iniciativa. “Haverá, eventualmente, reações da iniciativa privada, mas isso faz parte do jogo. Ninguém se mete em um assunto sem que haja conflito. Isso faz parte do nosso dia-a-dia, portanto, é um problema irrelevante. A questão é a decisão [política]”, comentou.
O assunto foi abordado no início da semana, logo após Jobim ter retornado de uma viagem ao Rio Grande do Norte e à Paraíba, onde visitou as obras de duplicação da rodovia BR-101 e do Projeto São Francisco. O Exército participa junto com a iniciativa privada da execução das duas obras.
A participação inicial do Exército no Projeto São Francisco está orçada em R$ 123,6 milhões e, inicialmente, o emprego dos militares na obra visava a agilizar os trabalhos, enquanto pendências judiciais com empreiteiras privadas eram resolvidas.