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Obama manda chefe de gabinete ao Brasil para ampliar acordos bilaterais

A data exata da vida de Cheryl Mill ainda está sendo fechada

Ao contrário das expectativas externas, o discurso do governo do presidente Luiz Inácio da Silva em favor do acordo com o Irã não contaminou as relações com o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em meados do próximo mês, Obama envia ao Brasil Cheryl Mill, chefe de gabinete do Departamento de Estado. O objetivo é detalhar as parcerias nas áreas de ciência e tecnologia, além da ampliação das relações econômicas bilaterais.

Para os negociadores brasileiros, a iniciativa de Obama ao enviar Cheryl Mill ao Brasil é uma demonstração externa para a comunidade internacional que divergências sobre questões específicas não devem contaminar as relações bilaterais que, historicamente, são positivas.

Orientada por Obama e pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, Cheryl Mill desembarcará em junho para uma série de reuniões com os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge. A pauta ainda está em fase de elaboração, mas a ideia é incluir todos os temas tratados durante a visita da secretária de Estado, em março, a Brasília.

A pauta deverá reunir assuntos que vão desde áreas técnicas e específicas, como projetos de cooperação científicos e sociais, até a ampliação do comércio bilateral. A data exata da vida de Cheryl Mill ainda está sendo fechada.

Diplomatas que acompanham as negociações informaram à Agência Brasil que os Estados Unidos compreendem e entendem a posição do governo Lula em defesa do diálogo e do acordo com o Irã. Segundo eles, as posições divergentes entre os negociadores norte-americanos, favoráveis à imposição de sanções contra os iranianos, e os brasileiros, que querem evitar as medidas punitivas, são compreendidas como naturais no campo diplomático.

Paralelamente, o Ministério das Relações Exteriores recebe informações constantes de Hillary de que há interesse de Obama de visitar o Brasil até o final deste ano. Diplomatas que atuam diretamente nas articulações disseram à Agência Brasil que o problema, segundo comunicações internas, é conseguir espaço na agenda do presidente norte-americano.

Obama participa de articulações para as eleições internas, em novembro, nos Estados Unidos. Há indícios de que o Partido Democrata, ao qual ele pertence, perderá espaço, embora com chances manter a maioria das cadeiras do Parlamento, mas com o número reduzido de apoio. Ao mesmo tempo, o norte-americano tem a questão do apoio à Coreia do Sul no embate com a Coreia do Norte.