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Três Lagoas

Presa, prima diz que Marisa Rocha não faz parte de esquema criminoso

Acusação é do Ministério Público; na segunda-feira vereadora licenciada completa dois meses no presídio de Três Lagoas

A reportagem do Jornal do Povo teve acesso, nesta semana, a partes de duas cartas entregues ao Poder Judiciário e à Câmara de Três Lagoas, envolvendo a vereadora licenciada Marisa Rocha (PSB), que está no presídio feminino da cidade desde 6 de março, acusada de fazer parte de organização criminosa voltada para o tráfico de drogas e financiamento de armas.

Uma das cartas foi escrita e assinada por Tatiane Ferreira Barroso, prima da vereadora, com reconhecimento em cartório e endereçada ao juiz da 2ª vara Criminal, Vinícius Pedroso. A outra foi assinada por Marisa, enviada à Presidência da Câmara. Nela, a vereadora afirma que é inocente.
Tatiane foi presa em janeiro deste ano, durante a 2ª fase da Operação Themis, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço de investigação do Ministério Público Estadual. Contra ela havia mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Na casa de Tatiane foi encontrado meio quilo de maconha, segundo o Gaeco.

Tatiane estava em liberdade desde 30 de outubro do ano passado, após ser flagrada trabalhando como "batedora" de um veículo que transportava 231,9 quilos de maconha, em Ponta Porã. 

Na carta, ela e diz que resolveu escrever após ver reportagem da TVC HD sobre acusação contra Marisa. A reportagem teve como base uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado que negou, no mês passado, um habeas corpus impetrado pela defesa de Marisa.

Tatiane diz na carta que Marisa é inocente e pede “encarecidamente que a Justiça seja feita", afirmando que essa "operação desastrosa do Gaeco seja revelada a todos”.  "Essa operação foi armada exclusivamente para destruir politicamente minha prima, Marisa Rocha, através de mim, pois é incriminada como líder de facção. Ela não tem e nunca teve envolvimento com o crime e nem com o meu envolvimento”, afirma.

Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Tatiane diz que citou o nome de Marisa diversas vezes, mas sempre em outras questões.

A defesa da vereadora declarou, em abril, que o Ministério Publico não possui provas de sua ligação com crimes. Agora, aguarda decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) para que ela responda ao processo em liberdade. Em primeira e segunda instâncias, a Justiça negou habeas corpus. 

Pela segunda semana seguida, a reportagem não obteve respostas do Ministério Público sobre as contestações ao inquérito.