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La Catedral

Presos promoviam de orgia a churrasco no presídio de Ponta Porã

Investigação apontou forte esquema de corrupção presente na Unidade Penal "Ricardo Brandão"; cinco policiais penais estão presos

Presídio visto de cima - Reprodução
Presídio visto de cima - Reprodução

Batizada de “La Catedral”, em alusão à Penitenciária "construída" na Colômbia pelo narcotraficante internacional Pablo Escobar que era cheia de luxos e mordomias, a operação desencadeada pelo DRACCO no presídio masculino de Ponta Porã pois fim a um forte círculo de corrupção em atividade na unidade prisional.

Um esquema bem montado, planejado nos mínimos detalhes e que principalmente, contava com a impunidade, pois já operava há muitos anos na presídio masculino de Ponta Porã.

Nesse tabuleiro, envolvendo direção da época, agentes, familiares de presos e os próprios reclusos, obviamente, acontecia de tudo um pouco: de orgia a churrasco nas celas dos “líderes” das celas na unidade prisional.

Uma fonte ouvida pelo Pontaporaemdia disse que esse esquema desmantelado hoje pelo DRACCO acontecia há muitos anos e sempre foi acobertado internamente por quem deveria combater as ações delituosas.

As provas levantadas minuciosamente mostram em detalhes toda a ação perpetrada pelo esquema.

Conforme as primeiras investigações, as festas regadas a muita cerveja, mulheres e dinheiro rolando à “bangu” geralmente começavam no entardecer de toda sexta-feira, quando previamente os policiais penais plantonistas já eram “exclusivamente” selecionados para cuidar de toda a movimentação.

“CALA BOCA”

O esquema também “cuidava” daqueles que não se envolveram no sistema, sempre garantindo a integridade física interna e externa, inclusive dos familiares dos agentes penitenciários – hoje policiais penais.

E o “cala boca” sempre vinha, conforme a mesma fonte, de um simples recado de que “tudo ficaria bem”. Imagens gravadas pelo DRACCO e divulgadas mostram que o esquema “trabalhava” tranquilamente.

Em uma das gravações, é possível ver um veículo utilitário, cor branca já saindo do presídio. Conforme as investigações, o carro havia acabado de entregar mercadorias como cervejas, uísques, carnes e outros apetrechos para a festa promovida naquela noite. Era 30 de junho de 2021. 

As mulheres levadas para as “satisfazer” os líderes nas celas chegavam sempre já tarde da noite e passavam a noite toda no interior do presídio. Nessa gravação do utilitário, o carro deixa o presídio às 06h15, minutos antes da chamada para o café da manhã.