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Serra sobe o tom e ataca Dilma e governo

Pressionado por pesquisas, tucano fez duras críticas ao loteamento de cargos e à falta de planejamento do governo

Pressionado pelas últimas pesquisas de intenção de voto, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, subiu o tom nas críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e à adversária Dilma Rousseff, na sabatina organizada na manhã de hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Com um tom bem mais forte que o utilizado até agora na etapa de pré-campanha, Serra centrou fogo no "loteamento" de cargos no governo Lula e na "falta de planejamento" que atinge a máquina pública federal. "Qual é o problema que existe de gestão? É o loteamento", disse Serra. Mencionando a Infraero como exemplo, ele destacou que "tudo está loteado", entre partidos e sindicatos alinhados ao governo federal.


Recorrendo mais de uma vez à ironia, Serra afirmou que, em um governo onde tudo é prioritário, "nada é prioritário". "Querem um exemplo de falta de planejamento?", provocou Serra, para em seguida mencionar que o governo federal incluiu no Orçamento de 2009 R$ 54 bilhões em investimentos. "Conseguiu investir R$ 15 bilhões", disse o tucano.

O tucano atacou a tributação e disse que governo não toma “medidas simples”, não por maldade, mas por desconhecimento. Defendeu ainda que governo “dá nó em pingo d’água a troco de nada”. “Se eu for eleito presidente, no dia 2 de janeiro haverá um projeto para eliminar PIS/Cofins do saneamento”, prometeu. Em seguida, disparou contra tributação: “Vocês sabem quanto aumentou neste governo a tributação de saneamento? Foi de 3,5% para 7%.”

Serra teve o cuidado de não citar nominalmente Lula durante sua exposição, seguindo a estratégia de não se contrapor diretamente ao presidente e seus recordes de popularidade. Em mais de uma ocasião, entretanto, o tucano referiu-se em tom irônico a declarações feitas logo antes por Dilma. "Eu não entendi o que a ex-ministra quis dizer", arriscava.

Dilma, que não teve a chance de responder  às críticas, fez um discurso bem mais ameno. A petista prometeu a reforma tributária e aproveitou para destacar os planos de criar um ministério específico para atender a micro, pequenas e médias empresas. "Queremos criar um ministério específico para a micro, pequenas e médias empresa. Só assim seremos uma economia de porte e desenvolvimento", afirmou. De acordo com ela, este é um projeto que já vem sendo debatido desde a época da eclosão da crise econômica.

Destacando que pretende estabelecer como referência a renda da classe média, Dilma ressaltou ainda a capacidade do País de entrar no rol dos países desenvolvidos. "O nosso objetivo é que o Brasil seja no mínimo de classe média. E que a gente chegue a essa combinação de 100%, se a gente somar a classe A, B e C. No Brasil, nós podemos sim ser um País desenvolvido."

Última a se pronunciar no encontro da CNI, a senadora Marina Silva tambem fez ao menos uma crítica diretamente centrada em Dilma, apesar de não ter elevado o tom como Serra. Ao falar sobre a necessidade de um programa de infraestrutura para o País, ela bombardeou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), bandeira da campanha petista para as eleições deste ano. "Não temos um programa de infraestrutura para o País. Temos uma colagem de obras. O PAC não é um programa de infraestrutura", declarou.