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Editorial

Tempo de expectativas

Confira o editorial deste sábado (24), do Jornal do Povo

Confira o editorial deste sábado (24), do Jornal do Povo - Divulgação
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Estamos a oito dias das eleições de outubro. O período eleitoral tem se caracterizado por tempos de debates acalorados e acusações de todas as naturezas, diante da polarização ideológica estabelecida no debate eleitoral. Aliás, esse debate não está adstrito somente entre candidatos, também se estende aos simpatizantes de parte a parte.

Nos tempos dos antigos partidos PSD, UDN , PTB e outros, a discussão entre simpatizantes não era acerbada como na atualidade. Discordar de opiniões entre os circunstantes, hoje, infelizmente, passou a ter contornos de estremecimento e até de ofensa pessoal, quando a rigor o exercício democrático de se externar opiniões  requer e exige respeito e acatamento entre uns e outros, podendo as ideias se antagonizarem civilizadamente. Essa deveria ser a regra máxima entre pessoas educadas. Mas, infelizmente, a contrariedade de opiniões muitas das vezes atrita e estabelece ares de constrangimento diante do desconhecimento da lei e dos princípios doutrinários que norteiam os estatutos que regem a sociedade civil, que tem como ápice a Constituição Federal.

Não há como deixar de lado e desconhecer o ordenamento jurídico que rege as relações entre o Estado e as pessoas, sob pena de se dar oportunidade para o aparecimento de ondas populistas, as quais  invariavelmente levam à práticas consideradas fora dos contornos da democracia. E como consequência, mais cedo ou mais tarde, acabam por ferir conquistas da sociedade civil. Respeitar os direitos dos cidadãos na expressão de ideias, assim como lhes assegurar educação, saúde, segurança pública, moradia, emprego e renda com salário digno que assegure o acesso às necessidades fundamentais da pessoa humana, é o mínimo que um governante tem por dever observar.

Aos governos cumpre estabelecer políticas públicas que alavanquem a cidadania, combata a fome, a ignorância e assegure o livre desenvolvimento da iniciativa privada, entre tantas outras prerrogativas dos cidadãos. Propostas de candidatos a cargos eletivos são apresentadas diariamente através dos canais de rádio, televisão, jornal. É assim que a imprensa livre assegura o debate de ideias e enseja o estabelecimento de preferência do eleitor ao fazer escolha de sua preferência quando exercer o direito sagrado do voto.

Há uma grande expectativa pelo resultado das eleições. Roguemos para que as Casas Legislativas no âmbito federal e estadual sejam integradas por candidatos eleitos comprometidos com os fundamentos inerentes a atividade parlamentar. E que não se tornem no exercício de seus mandatos instrumento anexo ao Poder Executivo e nem queiram desfrutar das inaceitáveis benesses do Orçamento Público.

Espera-se mais, que os eleitos  exerçam as prerrogativas  do mandato, inclusive, a de fiscalização sem conchavos, respeitando a lei e as regras que devem ser observadas nas relações com a sociedade e os poderes constituídos. Essa é a expectativa de quem fará pelo voto uma escolha consciente.