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Agora, há superoferta de gás natural no País

O consumo nacional de gás caiu para 28,9 milhões de metros cúbicos diários em janeiro, baixa de 23,5%

As turbulências globais, que também afetam a economia brasileira, provocaram grande transformação no mercado nacional de gás natural. Até pouco tempo atrás, o setor passava por uma forte crise de oferta, marcada pela incapacidade da Petrobras, que detém o monopólio do setor, de atender a todos os setores de consumo, sobretudo o industrial e automotivo. Agora, segundo a diretora de gás e energia da estatal brasileira, Maria das Graças Foster, há uma sobra do insumo no mercado, entre 14 milhões e 16 milhões de metros cúbicos diários. “Estamos sentindo uma queda atípica”, disse Foster. “Essa retração tem influência decisiva na indústria, que sente os efeitos da crise financeira”, acrescentou a executiva. Depois do recorde de demanda registrado em outubro de 2008, quando atingiu a média diária de 37,8 milhões de metros cúbicos, o consumo nacional de gás caiu para 28,9 milhões de metros cúbicos diários em janeiro, baixa de 23,5%.

Segundo Graças Foster, a atual conjuntura do mercado afetou até mesmo a compra de gás da Bolívia, grande fornecedor, de onde atualmente são importados 20 milhões de metros cúbicos, bem abaixo dos 30 milhões habituais. No entanto, de acordo com a diretora da Petrobras, a demanda pelo insumo deverá reaquecer a partir de abril, puxada pelo retorno das operações com termelétricas movidas pelo combustível, hoje pouco utilizadas por causa do período chuvoso, que encheu os reservatórios das hidrelétricas.