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AMPLAVISÃO 957 - (OPOSIÇÃO SEM INDIGNAÇÃO?)

AMPLAVISÃO 957 –  (OPOSIÇÃO SEM INDIGNAÇÃO?)

OPOSIÇÃO  A  sua conceituação – junto à classe política – não é a mesma de outros tempos por razões óbvias, mas tem o objetivo único: o poder. Os partidos são iguais, tal qual o povo asiático. As identidades entre eles maiores que as divergências.

MESMICE  As declarações de Eduardo Campos e Marina Silva no ato de filiação da última comprovam: a oposição desvia do embate frontal (direto), optando por  desvios e metáforas suaves com a proposta de que ‘é possível fazer melhor’.

RESULTADO  Essa postura tímida passa a imagem de fragilidade, falta de brilho e de indignação aos olhos da opinião pública. Eu gosto sempre de lembrar: oposição precisa vir acompanhada da indignação. Mas ela virou coisa rara atualmente.

MEMÓRIA   As imagens de Lula e Alckmin  no debate do horário eleitoral  mostraram a  diferença da exteriorização da indignação.  Quanto a Marina e Eduardo, pelo próprio estilo deles, não encarnam a figura de indignados. Bonzinhos demais.  

QUEM MAIS?   Serra, Aécio, algum senador ou figura ilustre da iniciativa privada? Os dois primeiros se desbotaram, no Senado não há gente à altura e os empresários, acuados pela carga tributária, cuidam  da própria  sobrevivência.

2º TURNO  Pesquisas indicam essa possibilidade que  o Palácio do Planalto quer evitar custe o que custar. Discute-se a transferência de votos e eventual influência nas urnas do desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo. Sabe como é…

COMPLICAÇÕES A sintonia entre Marina e Eduardo não será fácil. Ela já espantou  Caiado por ser ruralista e destruidor das florestas e novos estragos virão. Se continuar depurando aliados como Paulo Bornhausen (SC) sobrará pouca gente.  

PALANQUE  A dupla neo-socialista  surpreendeu a todos, inclusive o PT. Mas qual deles será cabeça de chapa? Ainda não se sabe o critério para resolver a questão e qual será a receptividade  nas populosas e decisivas regiões sul e sudeste.

TUDO CERTO? Pelo discurso da ‘oposição’ parece que  vivemos sem problemas,  no ‘país da Alice Maravilha’. Impostos justos, estruturado, sem corrupção, a justiça impecável e o Governo ético, de causar inveja a uma Suécia qualquer.

ATÉ TÚ JULIO?  Só ouço críticas ao presidente da OAB no episódio escabroso com o a prefeitura da capital. Ele usa a entidade na ‘nota de esclarecimento’  na mídia, quando o caso envolve sua pessoa como advogado-presidente.  Virou pato manco.

 O PREÇO  Com que moral a OAB vai tocar o dedo nas feridas alheias se seu presidente deixa dúvidas na condução ética.  A nomeação de próprios companheiros para apurar sua conduta provoca piadas irônicas nos corredores do fórum.  

REFLEXÃO   O jogo de interesses é grande. Conheço bem os meandros da OAB.  Mas não se deve esquecer o silêncio constrangedor das lideranças da classe que apoiaram o presidente. Nesta hora os criadores, envergonhados, se escondem da criação.

NA TELINHA  O PDT diz que ficou ao lado dos trabalhadores, quando na verdade ficou ao lado do poder. Os brizolistas foram expurgados e o partido vive de comissões provisórias. Não há mais encanto: apenas interesse pessoal dos dirigentes.

BRIZOLA Que falta ele faz nestes tempos de escassez de lideranças. Fico imaginando ele falando a respeito do Mensalão e das barbaridades cotidianas de Brasília. Depois de sua morte o discurso de Lula ficou sem o ‘contra ponto’. Infelizmente.

PENSANDO MS…  O PSDB local investiu alto no horário eleitoral mostrando imagens que se tornaram comuns na caça aos votos. Mas Azambuja e nem os deputados tocaram na questão das demarcatórias indígenas que afligem os produtores rurais.

ESTIGMA Se em Brasília o partido é opaco, aqui é dúbio e coadjuvante. Imagino que se Azambuja tivesse  sua fazenda tomada pelos índios – a exemplo de Ricardo Bacha –   certamente iria incorporar  a indignação ao seu discurso na televisão.

LAMBANÇA Bernal mostra: entre o discurso eleitoral e a pratica administrativa a distância é enorme. Despreparado e centralizador, não conseguiu  ainda montar uma equipe de governo à altura da capital. Vai sobreviver a essa tormenta?

LAMENTÁVEL As administrações da capital foram exitosas porque  o planejamento foi bom. Verbas federais vieram, pois os projetos atendiam as exigências ministeriais.  As notícias mostram: começamos a perder investimentos por conta disso.

UMA ZORRA Os interesses individuais sobrepõem aos demais na Câmara. Na votação contra Bernal as velhas praticas são visíveis; um vereador viaja, o outro ‘pensa’ e assim por diante. Na plateia, a galera encomendada lembra programa de calouro.

BOLA DE CRISTAL  Talvez com ela a gente consiga decifrar o quadro sucessório no MS.  Quando se imaginava que PMDB-PT já estivessem de alianças surge o troca-troca partidário que aparentemente muda o cenário das forças partidárias.

QUESTÕES Onde o PSB entra na sucessão de MS? Além de Murilo, tem mais gente de peso? Como apoiar Dilma para presidente? Pois é! Construir um palanque próprio num cenário diminuto e já polarizado é uma tarefa hercúlea.

PESQUISAS Novamente elas estão aí para apimentar o cardápio. Delcídio se mantém equilibrado na interpretação delas, mas confiante nos números que lhe são favoráveis. Mas sutilmente deixa as portas abertas para ‘um café amigo’.

A política falida: políticos de futuro sem passado; os de passado sem futuro.