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AMPLAVISÃO 968 – (‘2014: falta o diferente’)

OS IGUAIS Dilma, Aécio, Eduardo Campos e Marina. Os discursos deles se parecem com poucas variações sobre esse ou aquele tema. É como uma  receita  desenvolvida   por vários cozinheiros  onde as diferenças ficam apenas no tempero.

A PERGUNTA Qual seria até aqui a grande proposta dos quatro concorrentes capaz de mexer com a opinião pública, como Collor conseguiu  aquela vez?  Não só Dilma, como os demais primam pela falta de ousadia, pela mesmice e conservadorismo.

PRIORIDADES   Estabilidade da moeda, emprego, superávit da balança, manter os programas de transferência de renda e garantir a existência de uma nova classe social que consome, com carteira  assinada e é claro com direito a voto.

DESAFIOS  O mensalão, as reformas eleitoral e tributária não tem merecido discursos fortes de todos eles.  Optam pela mobilidade social, segurança, infraestrutura,  logística e saúde. Aos opositores, falta-lhes contundência nos discursos.

LEITURA  Apesar dos pesares, o brasileiro se mostra mais feliz (e mais obeso).  Convive com a inflação e  se integrou a sociedade de consumo com crédito para casa própria e carro inclusive. Não será fácil seduzi-lo com qualquer promessa.  

CONCLUSÃO  Ao eleitor mediano não interessa discutir quem é o pai das mudanças que o beneficia. Pouco importa se foi Itamar, FHC ou Lula. Para ele o país caminha no rumo certo e uma mudança drástica no rumo seria temerária.

PREVISÃO: Teremos uma campanha eleitoral morna, sem grandes embates que possam tocar  o eleitor.  Além da pálida oposição, há de se levar em conta  a capacidade do Planalto em acomodar  tantos aliados, não importando o custo disso.

RECOMENDO:  No livro ‘Os Argentinos’, Ariel Palacios, correspondente da Globo News  na Argentina desde 1996, conta um pouco de tudo sobre o vizinho país, com observações interessantes  e  desmitificando alguns  de nossos  conceitos .

INFLUÊNCIA 51% dos argentinos  são descendentes de italianos e 4;3% da população da capital descendem de africanos, significativos no passado, reduzidos com as baixas  na Guerra da Independência, nos conflitos civis e pela febre amarela.

BOVINOS   Com 40 milhões de habitantes e um rebanho bovino de 62 milhões de cabeças, consomem 5% da carne produzida no mundo. Mas as primeiras vacas que lá chegaram (1955) eram portuguesas, via Santa Catarina e Assunção.

CONCEITOS: “O argentino é aquele que para cada solução…tem um problema”. “Ser agentino é ser triste. Ser argentino é estar longe” (Júlio Cortazar). O escritor argentino Marco Denevi define os irmãos como “inseguros fantasiados de solenes”.

 

 

SAUDADES: Em 1910 os argentinos detinham 50% do PIB da A. Latina e 30 mil de seus ricos moravam em Paris, cidade pela qual eram apaixonados. Conta-se que em suas viagens levavam suas vacas nos transatlânticos para garantir o leite freco.

FOLCLORE: No governo de Trioyen (1922) a situação econômica era tal  que seus assessores – para evitar que ele soubesse das notícias ruins, imprimiam para ele exclusivamente a edição de um só exemplar apenas com notícias boas.

O CARA! Após a morte de Peron, o astrólogo e mordomo do palácio  José Lopes Rega ‘El Brujo’ virou – por ordem de Isabelita – o poderoso ministro do Bem-Estar Social, ordenando a depuração de ministérios e perseguição à esquerda peronista.

MENEM  Gostava da noite, o rei dos galanteios não perdoou nem Madonna. Sempre maquiado, seu  cabeleireiro  era figura imprescindível no dia a dia; aliás no  avião presidencial (o Tango 10) havia uma cadeira de barbearia de uso exclusivo.

FERNANDO DE LA RUA governou o país por 2 anos e 10 dias e saiu da Casa Rosa fugindo de helicóptero. Comparado ao  Teodoro, farmacêutico sem graça, marido da Dona Flor de Jorge Amado; “meticuloso e sóbrio até causar exasperação.”

OS KIRCHNERS Se Nestor,  desajeitado, mal vestido, estrábico, narigudo e língua presa, ganhou o apelido de ‘O Pinguim’, Cristina, admiradora de Evita Peron, a segunda presidente mais rica da América do Sul,  tem a marca da vaidade.

O PEDIDO  Na crise de 2002 o jornalista Ariel Palacios, após dar dinheiro e comida a um morador de rua (ex-empresário), ouviu: “Obrigado por isto. Mas poderia me trazer um livro para ler? Assim me sentiria de novo um ser humano”.

CHARME  Buenos Aires possui 12.500 quarteirões e 8.970 bares e cafés. A cada 4 quarteirões existem três bares. É tradição que os clientes tenham jornais grátis para ler e podem ficar o tempo que quiser, mesmo só consumindo água mineral.

TABUS  Em 1946 os eleitores da capital foram proibidos de votar em candidatos gays e em 1951 a admissão deles ao Exercito foi  vetada. Em 1999, criticando a proibição, o  Gal Martin Balza disparou: “Não vamos ter uma divisão de costureiras a cavalo”.

 ‘RIVALIDADE’  Os argentinos fazem melhores piadas de argentinos do que os brasileiros.  Os argentinos heterossexuais amam as brasileiras. “Os brasileiros amam  detestar a Argentina…e os argentinos odeiam ter que amar tanto o Brasil”.

EM ALTA   FHC e Lula tem prestígio entre os argentinos e o sociólogo ainda é muito  convidado para palestras. Dilma também tem bom conceito  e leva vantagem  quando  comparada com o estilo vaidoso demais da atual presidente Cristina.

“Argentinos: chega de realidades! Agora nós queremos promessas”. (pichação/ B. Aires))