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*Alexandre Garcia

 

O PT completou 35 anos de existência nesse 10 de fevereiro. Nunca antes na história desse partido ele  esteve tão acuado. Não foi quando Lula perdeu para Collor ou para FHC, ou quando apareceram os primeiros escândalos nos Correios, nem ao longo do demorado processo do mensalão. Lula teve sempre o condão de Fênix para reerguer o partido dos escândalos em que se meteu. Mas o que se notou nas comemorações do aniversário, foi a saudade dos tempos fáceis em que era oposição; saía para as ruas com o “ Fora Collor” e o “Fora FHC”, sem jamais chamar isso de golpismo. Sempre acusou os tucanos de quererem privatizar a Petrobras. Agora chama os opositores de golpismo e se apropriou da petroleira que seria do povo.

            A reação está na última pesquisa Datafolha. Assalariados com menos de dois salários-mínimos, que julgavam o governo Dilma bom e ótimo num percentual de 50%, agora dão só 27% de aprovação. Na pesquisa, 70% pensam que a presidente sabia da corrupção na Petrobrás. 60% dizem agora que ela mentiu na campanha. Após  pouco mais de três meses de ter sido eleita em segundo turno por 38% do eleitorado, 44% dos entrevistados pelo Datafolha julgam seu governo ruim ou péssimo e apenas 23% aprovam. O PT, que era pedra, virou vidraça.

O juiz federal Sérgio Moro afirma que a corrupção continuou mesmo depois de lançada a operação lava-jato. Meu amigo que foi presidente da Bolsa do Rio e da Interbrás e secretário da presidência da Petrobrás me conta que o pior poderá de vir dos Estados Unidos, para onde foi o procurador-geral Rodrigo Janot. Os procuradores americanos, que são escolhidos por eleição, podem bloquear os bens da Petrobras e mandar prender diretores e conselheiros da empresa quando puserem os pés nos Estados Unidos. E as investigações, por lá, em defesa dos acionistas americanos, são rigorosas e acima de interesse político.

Pesquisa recém divulgada  pela Universidade Vanderbilt, dos Estados Unidos, com 50 mil entrevistas na América latina, mostra que os eleitores jovens da região, com menos de 25 anos, consideram justificável intervenção militar para combater a corrupção. Não para o Brasil, que, no caso Collor, demonstrou que pode tirar um presidente dentro da lei e da ordem, ainda que seja por uma simples Fiat Elba. Hoje, só a propina que um diretor da Petrobrás mandou pagar ao PT, equivale a 560 milhões de reais – ou a 22 mil Fiat Elba. É uma bola de neve que todos os dias rola mais, ladeira abaixo, aumentando de tamanho.