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Caco Barcellos procura repórter: "Tem que ter paixão"

A atração ganhou novo cenário, e a equipe de jornalistas cresceu, com a chegada de Felipe Suhre. E ainda existe uma vaga em aberto

“Os bastidores da notícia, os desafios da reportagem”. É o que o jornalista Caco Barcellos repete sempre na televisão, quando anuncia o “Profissão repórter”, programa que voltou em nova temporada no último dia 14, na TV Globo. A atração ganhou novo cenário, e a equipe de jornalistas cresceu, com a chegada de Felipe Suhre. E ainda existe uma vaga em aberto.

“Estamos agregando [novos jornalistas], foi um avanço. Ainda seguimos o mesmo critério do início, quando o programa era um quadro do ‘Fantástico’: buscamos profissionais em início de carreira”, explica Barcellos. A última vaga será preenchida por meio de concurso, cujo prazo expira nesta terça-feira (28). Os interessados em participar precisam enviar um vídeo de um minuto respondendo por que querem ser repórter (mais informações no site do programa).

Mas o que Barcellos procura no novo integrante de sua equipe? “A nossa grande estrela é a reportagem, estamos aqui para produzir a melhor reportagem possível, e essa é a via mais trabalhosa do jornalismo. A pessoa tem que achar um barato ficar debaixo de uma ponte esperando uma pessoa por três dias. E se ela não aparecer, ficar mais três. Tem que ter essa paixão, esse pique.”

E alerta: “Não pode retratar histórias a partir do seu umbigo. Tem que deixar de lado o preconceito e a ideologia, apesar de todos nós termos isso. Tem que perseguir a isenção plena”.

Essa busca pela isenção é justamente o que Barcellos pretende destacar neste ano. Ele diz que, já que a intenção do programa é retratar os bastidores do “fazer jornalismo”, quer expor mais os conflitos éticos que inevitavelmente surgem nessa caminhada.

“Já colocamos no ar alguns errinhos [na hora de gravar a reportagem], mas isso é secundário. A relação com a história é que é importante. A questão ética, por exemplo. Isso acrescenta para o telespectador, nosso papel é estimular a crítica. Queremos relativizar as coisas, tentar mostrar nosso esforço para ser isento”, afirma.

Barcellos conta que trabalha de igual para igual com os jovens jornalistas. E quem apresentar melhor material, ganha mais destaque. “Eu continuo sendo repórter, estou bravamente disputando meu espaço em termos de igualdade. Se o material deles for melhor, eles têm mais espaço. No programa de reestréia, por exemplo, eu fiquei de fora. Me dei mal. Não acredito que exista regra para a reportagem. Tem que haver um grande esforço, persistência e, claro, algum talento.”