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Casos e mortes por dengue aumentam na Capital

Reportagem especial mostra as ações de combate e prevenção com apoio de especialistas e comunidade

Terrenos baldios são locais propícios para proliferação do mosquito da dengue. - Foto: Isabelly Melo/CBN
Terrenos baldios são locais propícios para proliferação do mosquito da dengue. - Foto: Isabelly Melo/CBN

Nos primeiros cinco meses de 2022, Campo Grande registrou 2.959 casos de dengue e seis mortes (três a mais do que todo o ano de 2021): três homens e três mulheres, sendo uma paciente de 37 anos a mais jovem. Os dados estão nos boletins epidemiológicos das secretarias Municipal e Estadual de Saúde e foram divulgados no início deste mês.

Wolbito

Campo Grande é uma das cinco cidades brasileiras que participam dos estudos científicos da Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde, sobre a eficácia da bactéria Wolbachia no combate ao vírus transmissor da dengue, zika e chikungunya. Em regiões da Austrália e da Ásia, que também recebem o projeto, o número de casos dessas doenças foi reduzido após a soltura de mosquitos Aedes Aegypti contaminados em laboratório com a Wolbachia.

A bactéria é transmitida da fêmea para os ovos e, assim, os mosquitos com Wolbachia, os chamados Wolbitos, predominam no ambiente – o que bloqueia a replicação do vírus, impedindo a infecção de humanos.

Em Campo Grande, os trabalhos começaram há dois anos. A produção de Wolbitos é feita na Biofábrica do laboratório central, o Lacen, e até agora já foram soltos na cidade 37 milhões de mosquitos em mais de 30 bairros.

Trabalho nos bairros

Terrenos baldios e sem limpeza contribuem para a proliferação dos insetos, o que eleva o risco de doenças nos moradores. Em Campo Grande é comum áreas abandonadas com acúmulo de entulhos e lixo jogados pelos próprios moradores. A falta de conscientização é o maior desafio dos agentes de combate a endemias.

O Enaldo Lopes mora no bairro Nova Lima, que está com número muito alto de notificações de dengue. Segundo ele, a falta de cuidado nos terrenos são a “fonte” para a criação dos mosquitos.

“Esse aqui [terreno baldio] na minha opinião é a fonte do foco transmissor. Daqui que distribui para as residências e para as famílias. É rato, pernilongo, dengue que vai para as casas. Eu creio que não só para a minha residência, mas também para as residências de outras pessoas que moram em volta disso aqui.”, desabafou o morador.

Dos 74 bairros monitorados para a dengue em Campo Grande, 29 estão em situação de alerta laranja e vermelho, o que significa risco elevado para a transmissão do vírus nesses locais.

Na região sul da cidade, os números de notificações de dengue também estão aumentando e deixando as autoridades públicas em alertas. Os agentes de combate à endemias encontram desde terrenos abandonados, até resistência de moradores em abrir o portão de casa para as equipes de vistoria.

Confira a reportagem: