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Como bancos quebraram o mundo

Os últimos 12 meses mostraram que, sem fé, as finanças não valem nada

Há seis anos, Ron den Braber trabalhava no Royal Bank of Scotland (RBS), em Londres, quando ficou receoso de que os modelos de negócios do banco estivessem subestimando o risco dos produtos de crédito. Quando o holandês, especialista em estatística, alertou seus chefes sobre o problema, enfrentou tal desaprovação que acabou deixando o banco.

Histórias como essa explicam em parte como os grandes bancos ocidentais levaram a si mesmos a se enredar nos apuros atuais e jogaram o mundo em direção a uma recessão. Certamente, não há falta de possíveis réus: ganância despudorada, regulamentação complacente, política monetária demasiado solta, captações de crédito fraudulentas e fracasso administrativo desempenharam, todos, algum papel. O conjunto de inovações que supostamente criaria mercados mais livres, na verdade, produziu um mundo obscuro, no qual o risco estava sendo concentrado – e de formas que quase ninguém entendia.

Os últimos 12 meses mostraram que, sem fé, as finanças não valem nada. Reconstruir esse senso de confiança poderá demorar muito mais tempo do que isso.