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Crescimento do agronegócio em MS se consolida pós pandemia

Ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues foi o terceiro palestrange do projeto CBN/RCN em Ação

Terceiro palestrante do projeto RCN/CBN em Ação – Live 2020, o ex-ministro da Agricultura e embaixador especial da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para o cooperativismo mundial, Roberto Rodrigues, abriu a noite destacando os bons resultados que o agronegócio conquistou em Mato Grosso do Sul, mesmo durante o período de pandemia. Esse fato mostra pujança do setor para os próximos anos. 

“Mato Grosso do Sul é um Estado extraordinário, tenho alguns dados que mostram o que aconteceu com o Estado neste ano em relação ao ano passado: a produção de soja cresceu 58%; produção de açúcar, 207%; MS é o segundo maior produtor de carne bovina, 5º de soja, 4º de milho, 2º de produtos florestais e 4º de cana de açúcar. É um baita Estado, com um povo maravilhoso”, destacou o ex-ministro. 

A demanda mundial de alimentos é um grande desafio para o Brasil, segundo Roberto Rodrigues, porquê estudos apontam que, para o mundo aumentar em 20% a oferta de alimentos numa década, o agronegócio brasileiro precisa crescer 40%. “As duas perguntas que ficam é: Podemos crescer 40% em dez anos? Sim, temos os meios para isso. Temos tecnologia tropical sustentável, área e tecnologia disponível para crescer e gente para fazer. Agora, iremos crescer esses 40% em 10 anos? Bom, aí já é uma questão mais delicada que resulta de uma série de fatores”, lembrou ele ao citar os problemas ambientais que são urgentes e precisam ser resolvidos.

“Os jovens estão muito ligados na questão da preservação, e ainda bem. Eles trazem ideias novas que integram o que já existe. Como eles vão ficar aí mais 40/50 anos no poder, é um assunto que ganhará cada vez mais destaque”. O ex-ministro também fez questão de ressaltar a importância do trabalho da atual ministra Tereza Cristina. “Em pouco tempo abriu mais de 60 mercados aos produtores brasileiros. É um trabalho extraordinário”, completou.?

É preciso que o  sistema seja menos concentrado

 facilitação do acesso ao crédito foi destaque da live e, na visão do ex-ministro, o país precisa ter uma rede financeira menos concentrada.
Ao ser questionado pelo Secretário de Governo, Eduardo Riedel, sobre o destravamento do acesso ao crédito agrícola, o ex-ministro disse: “O mercado de finanças está evoluindo. Nós precisamos flexibilizar o uso desses papeis novos no financiamento do crédito rural. O Brasil demorou a perceber que a saída liberal é melhor que a estatal”.

MS continua competitivo mesmo após a pandemia

Questionado pelo vice-presidente da Famasul, Luis Alberto Moraes Novaes sobre a demanda do agronegócio após o período da pandemia, o ex-ministro disse entender as preocupações com o câmbio, porém que acredita não ter razões para insegurança. “A demanda continua aquecida lá fora. Temos um câmbio muito bom hoje. E tem gente dizendo que esse negócio se sustenta até o ano que vem. Estamos colhendo uma safra e plantando outra com o mesmocambio”, resumiu ele.

Agregar valor depende de boa negociação

A agregação de valores nas commodities brasileiras dependem de uma negociação com os mercados internacionais, disse o ex-ministro Roberto Rodrigues ao diretor do Grupo Auto Master, Luiz Antônio de Souza Campos.
“Todo país quer beneficiar e processar dentro do seu território porque é uma atividade que gera empregos e agrega valores e não tem nada de errado nisso. É preciso que haja uma boa diplomacia contemporânea para que todas as partes saiam felizes”.

Tecnologia e cooperação são bases do progresso

Sobre agregar valores dentro das cooperativas, o ex-ministro disse ao presidente da OCB-MS, Celso Regis, que a peça principal para a agregação de valores no cooperativismo é a intercooperação. 
“Eu tenho falado muito recentemente sobre o tema da tecnologia. São tantas inovações que um agricultor médio ou pequeno não tem nem tempo de conhecê-las. Esse é um país liberal, então o pequeno só tem um jeito de concorrer e é através da cooperação”, disse.

Exportação de produtos industrializados

Questionado pelo coordenador do curso de Ciências Contábeis da Unigran Ead, Reginaldo José da Silva, se a China vai continuar sendo um dosmaiores aliados comerciais, o ministro disse: a resposta é sim, “A China é um país poderoso e que tem estratégia. E cumpre. Será sempre um país importador relevante. Agora, tínhamos que trabalhar um pouco mais para fazer a transição de reduzir a matéria prima e aumentar produto agregado. Isso depende da força de vontade da diplomacia brasileira”

O agro deve ser pensado para além do capitalismo

O jornalista e colunista da Rádio CBN Campo Grande, Éder Campos, destacou a importância do agronegócio para além do capitalismo.  Durante a conversa, Éder disse que o setor do agro precisa pensar mais no que produz, para quem produz e como produz. “Precisamos pensar na necessidade de produção de alimentos para a segurança e sobrevivência da população”. O ex-ministro acrescentou. “Garantir oferta, mais barata e de maior prestação possível, defendendo o meio ambiente”.