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Crise financeira do coronavírus impulsiona pequenos negócios

Três Lagoas tem 7.044 microempreendedores individuais (MEIs) ativos

Quando a maior parte dos setores econômicos precisou suspender as atividades por conta da pandemia da Covid-19, a costureira Patrícia Cabrini abandonou linhas e agulhas e aceitou o convite de sociedade com a amiga Shirley dos Santos. As microempreendedoras individuais são “filhas” da pandemia e reflexos do que tem sido tendência em todo o país desde a crise financeira provocada pelo novo coronavírus no Brasil.

A Shirley já estava desempregada há meses e, para não “entrar no vermelho”, decidiu vender salgadinhos. A produção começou pequena  e feita na cozinha da própria casa. Veio a pandemia e, com ela, o boom dos aplicativos de entrega de comida e serviço de delivery em Três Lagoas. A clientela aumentou e o negócio prosperou. Saiu de casa e foi para o centro. A produção passou a ser em larga escala com a compra de uma máquina. As sócias deixaram de ter um CPF e tornaram-se CNPJ. “Nós víamos muitas empresas fechar, demitir e reduzir salário de funcionários ao mesmo tempo em que nós estávamos crescendo na outra ponta dessa história. A formalização veio para dar mais segurança aos nossos investimentos”, comenta Shirley.

7 mil

Juntas, as sócias integram a estatística e fazem parte do universo de 7.044 microempreendedores individuais (MEIs) ativos em Três Lagoas.  
Elas não as únicas que enxergaram oportunidade durante a pandemia. Dados do Portal do Empreendedor do Sebrae, revelam que em abril deste ano, quando a pandemia já estava instalada, eram 6,5 mil MEIs. Em quatro meses, mais de 500 empreendedores se formalizaram. No cenário de um ano, os números são ainda mais otimistas: eram 5,9 mil em agosto do ano passado. Desde então, houve um crescimento de 19,2% de novos MEIs. 
digitalização

A pandemia também foi responsável por acelerar a digitalização dos empresários. Segundo a analista de relacionamentos e negócios  do Sebrae de Três Lagoas, Ana Flávia Arrais,  a vitrine agora é a tela do celular e o vendedor é o aplicativo de entrega de comida. “Atrair clientes em redes sociais e canais digitais  já era uma tendência desde antes da pandemia. Agora, os empresários precisam estar atentos sobre como atrair e vender mais para os clientes através de diferentes canais de comunicação, bem como fazer uma gestão da identidade visual nesses canais. É um momento novo para o consumo e as empresas devem estar preparadas para se adaptar a este mercado”, considera a analista.

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