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Ponta Porã E Pedro Juan

Em 15 dias, mais de cinco homicídios foram registrados na fronteira

Entre as vítimas, três políticos e filha do governador do Departamento de Amambay

Entre as vítimas, três políticos e filha do governador do Departamento de Amambay - Foto: Reprodução/Vídeo
Entre as vítimas, três políticos e filha do governador do Departamento de Amambay - Foto: Reprodução/Vídeo

Em 15 dias, oito homicídios foram registrados nas cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Dentre as vítimas, três políticos, além da filha do governador do Departamento (Estado) de Amambay, Haylee Carolina Yunes, de 22 anos.

No dia 27 de setembro, o ex-vereador Joanir Subtil Viana, 52 anos, foi executado no centro de Ponta Porã por pistoleiros ocupando uma moto. Joanir foi vereador entre 2008 e 2012 em Ponta Porã, foi preso acusado e condenado por pertencer a uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. Meia hora antes do assassinato, um “comparsa” de Joanir Viana também foi executado em Pedro Juan. No mesmo dia, um homem foi encontrado esquartejado.

Três dias depois, o candidato a vereador em Pedro Juan, advogado Nestor Ramon Echeverria foi morto a tiros enquanto estava com amigos em uma conveniência na periferia da cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã. Nestor era ferrenho crítico e “disparava” ásperas acusações contra o atual intendente José Carlos Acevedo, reeleito nas eleições municipais realizadas neste domingo (10).

Na última sexta-feira (08), o comerciante e vereador Farid Afif, 37 anos, foi fuzilado no final da tarde quando andava de bicicleta. Farid foi morto ao correr para dentro de uma concessionária de veículos situada na rua Paraguai. O atirador foi atrás da vítima e a executou sumariamente na porta de acesso ao estacionamento de veículos.

 

Conflito na fronteira

Excluindo as mortes de políticos, há uma extrema e radical disputa pelo comando do domínio do tráfico de armas e drogas em Pedro Juan Caballero, onde acusados de pertencer a grupos rivais buscam refúgio no Paraguai para controlar o envio de armamento e drogas para o território brasileiro.

Nessa disputa, no último sábado (09), a filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo, a jovem Haylee Carolina Acevedo Yunes, de 22 anos, foi uma das vítimas da chacina protagonizada nas primeiras horas da manhã, quando ela ao lado de outras três pessoas saiam de uma festa.

Haylee estava acompanhada de Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”, 32 anos, atingido por 31 tiros de fuzil e alvo dos pistoleiros. Outros dois jovens morreram na chacina. A polícia paraguaia está realizando buscas por autores do crime.

Esse tipo de crime é mais comum, com a maioria acontecendo em território paraguaio, onde a disputa pelo controle do território no submundo do crime é acirrada e coloca em guerra os grupos rivais que instalam bases de atuação.