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Colapso

Em meio a falta de leitos e insumos, casos de Covid crescem assustadoramente

Saúde entra em colapso, e Três Lagoas sofre com a falta de vagas para atender pacientes com o novo Coronavírus

UPA > Unidade de Pronto Atendimento está superlotada e com leitos improvisados - Divulgação
UPA > Unidade de Pronto Atendimento está superlotada e com leitos improvisados - Divulgação

Não é mais novidade que o sistema de saúde em Mato Grosso do Sul entrou em colapso. Em Três Lagoas, a situação não é diferente. Assim como em todo o Estado, no município os leitos de UTI e de enfermaria ultrapassaram 100% da taxa de ocupação. Pacientes aguardam em leitos improvisados nos corredores dos hospitais e unidades de saúde. O Estado vem batendo recordes de mortes pelo novo Coronavírus. Nas últimas 24 horas, de quinta para sexta-feira, foram 70 mortes em Mato Grosso do Sul. Em Três Lagoas, somente nesta semana, quase mil casos foram registrados na cidade. 

E para agravar a situação, além de não ter leitos disponíveis, Três Lagoas começa a enfrentar a falta de medicamentos, e insumos necessários para o atendimento de pacientes com a Covid-19.  A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Três Lagoas, passou a ser uma ala de suporte do Hospital Auxiliadora para atendimento de pacientes com Coronavírus. Mas, nem a UPA consegue mais atender a demanda de pacientes que chegam com sintomas ou com a Covid, ou apresentando outras patologias.

A unidade que foi construída para atender casos de urgência e emergência, como traumas, virou um “mini hospital” para atender a demanda dessa pandemia. Além disso, em decorrência do surto de dengue em Três Lagoas, o atendimento na UPA mais que dobrou, assim como nos postos de saúde que já tiveram o atendimento ampliado no período noturno até às 21h.

ATENDIMENTO COVID
Em decorrência dessa demanda e da falta de leitos no Hospital Auxiliadora, a UPA será transformada em centro de referência para atendimento a Covid. Atualmente, a unidade também sofre com a falta de materiais e insumos, como oxigênio. Um novo local está sendo viabilizado para fazer os atendimentos mais simples que, antes eram feito na UPA.  A Clínica da Criança será adaptada para ser um Pronto Atendimento.

O Hospital Auxiliadora divulgou um comunicado à sociedade nesta semana informando que não vem medindo esforços para atuar na linha de frente do tratamento dos pacientes, vítimas da Covid.  E que diante do crescimento acelerado de internações na cidade, assim como no país, grande parte dos medicamentos utilizados para sedação em pacientes graves estão momentaneamente indisponíveis no mercado brasileiro para a compra direta. Desta forma, não só o Hospital Auxiliadora, mas todos os hospitais brasileiros estão com dificuldade para adquirir esses medicamentos. Todos os pedidos de compra planejados e realizados nas últimas semanas foram cancelados pelos fornecedores em razão do aumento repentino e desproporcional do consumo.

SENADORA
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) solicitou à Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul prioridade na destinação dos medicamentos do Kit-Covid para o Hospital Auxiliadora. A senadora intercedeu junto ao secretário de Saúde, Geraldo Resende, que informou que o Estado aguarda a chegada dos remédios encaminhados pelo Ministério da Saúde e vai destiná-los o mais rapidamente possível de acordo com as demandas dos municípios. 

Esta semana, Simone Tebet comentou ao Plenário virtual do Senado, a situação de colapso do Hospital Auxiliadora. “O hospital onde eu nasci, da cidade da qual fui prefeita duas vezes, me acionou porque não tem mais medicação para atender os pacientes da UTI Covid”, alertou. 

Ela disse que tem recebido pedidos de familiares desesperados por um leito nos hospitais de Mato Grosso do Sul. “Estamos no limite do tolerável. Não aguentamos mais tanta dor”, disse emocionada ao pedir para o presidente do Senado que instale a CPI do Covid.