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Força Nacional vai ao Pará, mas não atuará em área de conflito agrário

De acordo com o governo paraense, os policiais que serão deslocados para o interior do estado foram preparados para atuar em conflitos fundiários

Cinquenta homens da Força Nacional de Segurança (FNS) serão deslocados para o Pará até o fim desta semana. No entanto, a FNS não atuará no município de Xinguara, no sudeste do estado, onde no último sábado (18) um conflito entre seguranças particulares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou pelo menos oito feridos. A pedido do governo paraense, a Força Nacional vai reforçar o policiamento na capital, Belém, para que homens das polícias Civil e Militar do estado sejam deslocados para a região do conflito agrário.

De acordo com o governo paraense, os policiais que serão deslocados para o interior do estado foram preparados para atuar em conflitos fundiários. O chefe do gabinete da Casa Civil do estado, Cláudio Puty, afirmou que com a chegada da FNS, o deslocamento não afetará as ações de segurança da capital. “Sempre que precisamos fortalecer o policiamento no sul do Pará temos de retirar efetivo da capital, o que fragiliza a segurança na cidade. Às vezes, dos 500 policiais que atuam em Belém, precisamos retirar 200”, disse hoje (22) em entrevista à imprensa.

O governo do Pará recorreu ao Ministério da Justiça para pedir a atuação da FNS durante um evento internacional de educação, que Belém sediará no fim de maio. Segundo Puty, o requerimento foi negado pelo governo federal por falta de recursos. No entanto, diante do assassinato de um líder sindical em Tucuruí no último dia 16 e do conflito com o MST em Xinguara, houve nova negociação, que resultou no envio do contingente acertado hoje.

Puty reconheceu que o Pará tem um déficit significativo de policiais, mas afirmou que as medidas para contenção de conflitos agrários – muito comuns no estado – estão sendo tomadas, entre elas o cumprimento de mandados de reintegração de posse de propriedades ocupadas pelo MST e outros movimentos sociais. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entrou hoje com um pedido de intervenção federal no Pará para garantir o cumprimento das reintegrações de posse no estado.

“Recebemos do governo anterior um saldo de 170 reintegrações de posse. De 2007 até hoje fizemos cerca de 70. Cinquenta e seis delas só na área rural”, disse o chefe da Casa Civil do estado.

De acordo com o governo do Pará, até agora não há determinação da Justiça para reintegração de posse da Fazenda Espírito Santo, ocupada em Xinguara. A fazenda tem como um dos proprietários o banqueiro Daniel Dantas.