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Guiné-Bissau é assassinado por soldados armados

O presidente de Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, foi morto ontem (2) por soldados horas depois de o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, general Tagme Na Waie, ter sido assassinado em um ataque a bomba.
Segundo um porta-voz do Exército do país africano, o presidente, de 69 anos, teria sido morto a tiros quando tentava fugir de sua casa, que estava sendo atacada. Há relatos de que a residência tenha sido saqueada por soldados. O Exército de Guiné-Bissau responsabilizava Vieira pela morte de Tagme Na Waie.
"Ele era um dos principais responsáveis pela morte de Tagmeh. Agora, o país vai avançar. Esse homem bloqueava tudo nesse pequeno país", afirmou o chefe militar de Relações Exteriores, Zamura Induta.
João Bernardo Vieira, conhecido como Nino, controlou Guiné-Bissau por quase 23 anos. Ele havia sido reeleito para a Presidência do país em 2005, após passar nove anos fora do poder. Vieira havia sido deposto durante uma guerra civil que durou 11 meses.
Em 23 de novembro do ano passado, um grupo militar já havia atacado a residência do presidente em uma ação que matou dois seguranças. Guiné-Bissau tem um histórico de golpes e motins desde que se tornou independente de Portugal, em 1974.
Nos últimos anos, o país se tornou rota do tráfico de drogas da América Latina para a Europa. O governo de Portugal divulgou um comunicado dizendo que iria convocar uma reunião de emergência da Comunidade Portuguesa de Língua Portuguesa (CPLP) para debater os acontecimentos em Guiné-Bissau.