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Voo Da Chapecoense

Investigada por morte de 71 pessoas em queda de avião, Célia Castedo segue presa em Corumbá

Boliviana era controladora de voo e mandado de prisão contra ela foi expedido pelo STF

O acidente ocorreu na madrugada do dia 29 de novembro de 2016, quando a aeronave estava aproximando-se do Aeroporto Internacional José Maria Cordova, em Rio Negro - FOTO: BG. José G. Acevedo/@PoliciaMedellin
O acidente ocorreu na madrugada do dia 29 de novembro de 2016, quando a aeronave estava aproximando-se do Aeroporto Internacional José Maria Cordova, em Rio Negro - FOTO: BG. José G. Acevedo/@PoliciaMedellin

A boliviana Célia Castedo Monasterio continua presa em Corumbá, aguardando trâmite para ser transferida para o país vizinho. Ela foi presa pela Polícia Federal em Corumbá na noite de quinta-feira (23), em cumprimento de mandado de prisão expedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Desde 2016 ela vivia em Corumbá como refugiada.
Conforme apurado, desde a noite de quinta-feira (23) ela está no Estabelecimento Penal Feminino Carlos Alberto Jonas Giordano e divide cela com outras presas. Sua extradição para a Bolívia vai ser conduzida pela Polícia Federal, após determinação da Justiça brasileira.

Célia é investigada em território boliviano por envolvimento no acidente aéreo que matou 71 pessoas, entre elas jogadores da Chapecoense, em novembro de 2016. Ela era responsável pela análise e aprovação do plano de voo da aeronave da empresa Lamia. O que a investigação aponta que ela, de forma deliberada e fradulenta, deixou de observar requisitos necessários de segurança e autorizou o voo.

O acidente ocorreu na madrugada do dia 29 de novembro de 2016, quando a aeronave estava aproximando-se do Aeroporto Internacional José Maria Cordova, em Rio Negro, a poucos quilômetros da cidade de Medelín, na Colômbia.

O avião da Lamia havia decolado de Santa Cruz de la Sierra. A mesma aeronave já tinha sido utilizada pelo ex-presidente Evo Morales, em viagem que fez para a região de fronteira da Bolívia com o Brasil. Em março de 2016, Evo veio a Puerto Suárez com a empresa.

Durante o curso da investigação na Bolívia, Célia Castedo afirmou que a Direção Geral de Aeronáutica Civil, órgão boliviano, autorizava todos os voos da Lamia, mesmo diante da situação de que as aeronaves tinham capacidade de voo de curto alcance. Em declaração feita em 2018, a ex-controladora de voo afirmou que era uma funcionária e seguia ordens, porém fez alerta sobre as condições da aeronave ao órgão controlador do espaço aéreo do país vizinho.

Para a imprensa boliviana, quando ainda estava fora da prisão, Célia Castedo deu declarações que é perseguida em seu país. Ela obteve o refúgio no Brasil por justamente sustentar essa condição. Não foi possível contatar defensor dela no país.