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Irã admite ao menos 10 mortes em protesto

Vítimas desde a eleição já são 17; conselho admite voto-fantasma

Pelo menos dez pessoas morreram nos protestos de sábado no Irã, admitiu ontem o governo em Teerã. Os confrontos entre forças do governo e manifestantes que reivindicam a anulação da eleição presidencial deixaram ainda cem feridos.

Desde o pleito do dia 12, os mortos já somam 17. A violenta repressão consolidou a divisão entre líderes religiosos conservadores e reformistas e levou clérigos proeminentes desta segunda ala a desafiarem a ordem do líder supremo do país para que os protestos acabassem.

Parentes do ex-presidente reformista Ali Hashemi Rafsanjani foram detidos brevemente por participarem dos protestos. O governo redobrou a censura à mídia. O correspondente da revista "Newsweek" foi detido, e o da rede BBC, expulso.

O Conselho dos Guardiães, mais alta instância constitucional do país, admitiu que em pelo menos 50 cidades o número de cédulas apuradas superou o de eleitores, segundo um canal estatal de TV. A irregularidade abrange cerca de 3 milhões de votos.