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O CAOS COMO OBJETIVO

Alexandre Garcia

Em junho último, multidões saíram às ruas levando palavras de ordem como “em vez de estádios, escolas e hospitais”. Em seguida apareceram desordeiros violentos, agredindo e quebrando, e as multidões se encolheram, com medo. As autoridades trataram os arruaceiros como se fossem as multidões, e os arruaceiros ficaram impunes e livres para recrudescer. Nós, jornalistas, fiscalizamos a polícia e deixamos os vândalos mascarados à vontade. No fundo, esperávamos que algum manifestante fosse morto pela polícia. Pois aconteceu que foi o rojão de um manifestante que matou um jornalista.

          Agora governo e legisladores vão em busca de lei para conter os violentos. Para tirar-lhes as máscaras e cobrar indenização pela destruição. Não precisa. A lei já existe. Ninguém pode andar mascarado por aí, a não ser no carnaval. A polícia sempre teve todo direito de prender e desmarcarar  suspeitos. E as leis prevêem que os destruidores não apenas indenizem como cumpram pena na cadeia. O governo reage agora, porque a arruaça chegou ao exterior, onde já estão se perguntando se vai haver a Copa. Fracasso na Copa é fracasso em ano eleitoral.

          Desarmaram os cidadãos e enfraqueceram a polícia. Na manifestação da semana passada na capital do País, 16 mil integrantes do MST, armados de paus e pedras e centenas de cruzes de madeira, desafiaram 250 PMs, que sequer usavam capacete. Os policiais defendiam-se com as mãos e pés, quando os manifestantes derrubaram as grades que protegiam a Suprema Corte e o Palácio do Planalto. Os juízes fugiram do plenário e diante do palácio presidencial, 30 soldados da PM foram feridos. Na primeira hora do dia seguinte, a presidente recebeu os agressores na mesa de reuniões ministeriais.

          Parece um caos programado, com algum objetivo. Os presos pela morte do cinegrafista disseram que foram pagos para fazer arruaça, pelos que também fornecem material e quentinhas. Quem quiser descobrir quem foi, basta seguir o dinheiro. E não é anarquismo. Um deles, Caio, 22 anos, escreveu, com texto e letra primários: “O processo do Brasil depende da socialização do povo optei pelo um país melhor, as nossas conseqüências de decidir a revolução do nosso pais vem dos revolucionários”. Ignorância fácil de ser manipulada numa ideologia anacrônica e fracassada, que atrasou a humanidade no século 20 e ainda subsiste na pobre, sofrida e prisioneira Cuba.