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OMS não emitirá mais boletins globais de casos

A comunicação afirma que a contagem de casos individuais não é mais essencial nesses países para monitoramento

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou, em boletim oficial no dia 16 (quinta-feira), as justificativas para não mais divulgar os números de casos confirmados dos países afetados pela Influenza A (H1N1). Entretanto, como parte dos esforços contínuos de documentar a propagação do vírus, atualizações regulares serão fornecidas, descrevendo a situação dos novos países afetados.

A comunicação afirma que a contagem de casos individuais não é mais essencial nesses países para monitoramento, seja pelo nível ou natureza do risco representado pelo vírus pandêmico, seja para orientar medidas de resposta mais apropriadas. Veja a íntegra do comunicado traduzido para o português. Ao final deste documento, o texto original em inglês.

“Assim como a evolução da atual pandemia, os dados necessários para uma avaliação de risco, tanto nos países afetados quanto em nível global, também estão em constante mudança. Diante disso, o aumento da propagação da pandemia, nos países afetados e nos países recém-afetados, é considerado inevitável.

Essa hipótese é inteiramente apoiada em experiências. A atual pandemia de Influenza A se espalhou internacionalmente com uma velocidade sem precedentes. Em pandemias anteriores, os vírus do tipo Influenza precisavam de, pelo menos, seis meses para se espalhar, ao contrário do HIN1, que se espalhou amplamente em menos de seis semanas.

O crescente número de casos em vários países, com transmissão sustentada, está tornando difícil, se não impossível, para os países tentarem ou confirmarem os casos por testes laboratoriais.

Além disso, a contagem de casos individuais não é mais essencial nesses países para monitoramento, seja pelo nível ou natureza do risco representado pelo vírus pandêmico, seja para orientar medidas de resposta mais apropriadas.

Monitoramento

Essa pandemia tem sido caracterizada, até o momento, pela suavidade dos sintomas na maioria dos pacientes, que geralmente se recuperam mesmo sem tratamento médico, após uma semana do aparecimento dos sintomas.

Entretanto, existe ainda uma necessidade contínua em todos os países de acompanhar atentamente eventos incomuns, assim como ocorrências de casos do vírus (H1N1) severos ou fatais, ocorrências de doenças respiratórias que demandem hospitalização ou padrões clínicos incomuns associados a casos sérios ou fatais. Outros potenciais sinais de mudança no modelo predominante atualmente incluem inesperadas, incomuns ou notáveis mudanças nos padrões de transmissão. Sinais para manter a vigilância incluem altas taxas de ausência de alunos nas escolas ou nos locais de trabalho, ou a incidência de uma doença mais grave que tenha ocasionado a ida a um serviço de emergência hospitalar.

Geralmente, indícios de que os serviços de saúde estão tendo dificuldades diante do número de atendimentos significam que esses serviços estão atuando sob pressão, mas pode significar também um número de casos crescentes ou um quadro clínico mais grave da doença.

Uma estratégia que concentre detecção, confirmação laboratorial e investigação de todos os casos, incluindo os casos mais brandos, demanda uma fonte intensiva de recursos. Em alguns países, essa estratégia vem absorvendo toda a capacidade de resposta e atendimento dos laboratórios nacionais, restando uma pequena capacidade para o monitoramento e investigação de casos mais severos e demais eventos excepcionais.

Atualizações regulares

Por todas essas razões, a OMS não irá mais divulgar as tabelas com os números de casos confirmados dos países. Entretanto, como parte dos esforços contínuos de documentar a propagação do vírus, atualizações regulares serão fornecidas, descrevendo a situação dos novos países afetados.

A OMS continuará solicitando que esses países comuniquem seus primeiros casos confirmados e, assim que possível, providenciem relatórios semanais agregando o número de casos e a descrição epidemiológica dos casos iniciais. Para os países que já estão tendo transmissão sustentada, o foco das atividades de vigilância mudará. Eles não precisarão mais enviar à OMS relatórios com informações de casos individuais ou óbitos confirmados em laboratório.

O monitoramento virológico das características da pandemia continuará sendo importante a os países que já têm seus sistemas de vigilância bem estabelecidos, de laboratórios baseados em sistemas de vigilância já em vigor para o acompanhamento do vírus da gripe sazonal.

Mesmo nos países com limitações laboratoriais, a OMS recomenda que as avaliações virológicas iniciais sejam seguidas pela análise de pelo menos 10 amostras por semana, a fim de confirmar que a atividade da doença é devido ao virus pandêmico e para monitorar mudanças no vírus que podem ser importantes para o manejo de casos e de vacinas em desenvolvimento.

Todas essas atualizações de orientações feitas pela OMS para a vigilância global estão em conformidade com as obrigações estabelecidas no Regulamento Sanitário Internacional.”