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Paraguai contesta dívida de US$ 4,19 bi com Itaipu

A base da contestação está na suposta "ilegitimidade" da dívida assumida na década de 70 para construir a hidrelétrica

O governo do Paraguai rejeitou a proposta brasileira para um acordo nas negociações sobre o preço da energia da hidrelétrica de Itaipu e já montou as principais linhas de argumentação para um eventual pedido de arbitragem em corte internacional. A base da contestação está na suposta "ilegitimidade" da dívida assumida na década de 70 para construir a hidrelétrica. O presidente Fernando Lugo e seus auxiliares diretos, que chegam quinta-feira ao Brasil, apontam irregularidades em pelo menos US$ 4,19 bilhões da dívida (em valores de 1996, sem atualização).

O engenheiro Ricardo Canese, principal negociador de Lugo para Itaipu, disse ao Valor que espera um acordo com o Brasil até o fim do ano, mas confirmou a intenção paraguaia de recorrer à arbitragem internacional caso não haja entendimento. Canese afirmou que o Paraguai não aceita o reajuste "tão pequeno" do valor que a Eletrobrás se dispõe a pagar pela energia de Itaipu – de US$ 45 para US$ 47 por megawatt-hora (MWh), o que representaria uma receita adicional de US$115 milhões anuais ao Paraguai.