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Falta Inclusão

“Fomos excluídos do grupo de vacinação” diz presidente do Ismac

Apenas 208 pessoas com deficiência foram imunizadas contra o coronavírus em MS - Outra dificuldade é para a inserção de PcD’s no mercado de trabalho

Presidente do Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos, Marcio Ximenes - Foto: Câmara Municipal de Campo Grande
Presidente do Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos, Marcio Ximenes - Foto: Câmara Municipal de Campo Grande

Sobre a inclusão de pessoas com deficiência no plano de vacinação contra a covid-19, apenas 208, que vivem em instituições do Estado foram imunizadas até o momento, conforme dados do Vacinômetro de MS. Isso representa apenas 2% da população que faz parte do grupo prioritário para receber as duas doses da vacina coronavac. A pandemia do coronavírus também dificultou o acesso de PcD’s ao mercado de Trabalho em 2020. Houve queda de 10% no número de vagas ofertadas pela Fundação do Trabalho de MS no ano passado, se comparado com 2019.

Conforme o presidente do Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos (Ismac), Márcio Ximenes, é obrigação do Estado assegurar acessibilidade às pessoas com deficiência, principalmente em relação ao coronavírus. “Fomos excluídos do plano de biossegurança desde o início da pandemia. Não nos colocaram no grupo de vacinação e até para receber orientações sobre os cuidados com a covid-19, foi difícil", alegou.

Dados da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul apontam que 8.744 oportunidades de emprego formal para pessoas com deficiência, nas 33 agências de empregos no Estado foram ofertadas. Em 2019 a Funtrab ofertou 10.826 vagas, as oportunidades de PCD's equivalem 35.76% do total oferecido pela agência. 

Muitas destas pessoas tiveram mais dificuldade em se dirigir até à agência, devido ao isolamento social, consequência da pandemia do coronavírus. O historiador Rogério Escobar de 36 anos, perdeu a visão em 2008, decorrente de um glaucoma e desde então, passou a participar de atividades no Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos (Ismac), para se adaptar novamente à sociedade. Ele diz que os obstáculos para conseguir uma vaga de emprego, são enormes.

“Teve uma vez que fui em cinco empresas fazer entrevista para tentar um curso profissionalizante, mas na hora que você fala que é deficiente visual, a pessoa já fica com receio. A maioria dos lugares não oferece estrutura adequada para pessoas com deficiência”, afirmou.