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Adilson Trindade

Política em Destaque: Tebet segue sozinha em candidatura para o Senado

Traições de alguns “aliados” e falta de apoio de outros, foram suficientes para a tomada de decisão

Senadora anunciou candidatura independente nesta quinta-feira (18) - Foto: Reprodução
Senadora anunciou candidatura independente nesta quinta-feira (18) - Foto: Reprodução

Abandonada pelo MDB, a senadora Simone Tebet decidiu assim mesmo concorrer à presidência do Senado com candidatura avulsa. A mudança de posição dos senadores da bancada do partido era previsível. Primeiro inflaram a candidatura de Simone e, na reta final da campanha, pularam do barco dela para embarcarem na canoa de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

A eleição será na próxima segunda-feira (01), e Simone tem poucos dias para recuperar fôlego nessa corrida eleitoral e reverter o estrago provocado pelo MDB à sua candidatura. Ela disse que essa mudança no partido comprometeu a independência do Senado e pode rever sua permanência no partido a partir de março. A própria Simone anunciou ter sido abandonada pelo MDB.

Ontem ela saiu da reunião da bancada sozinha, sem garantia de voto dos colegas. Os senadores da bancada foram liberados a votar em Pacheco sem o risco de punição por infidelidade. A decisão surpreendeu Simone, que foi escolhida por unanimidade para disputar a presidência do Senado e nas vésperas da eleição, é abandonada no meio do caminho.

Mesmo isolada, Simone não desistiu. Ela anunciou que vai para o enfrentamento com candidatura avulsa, sem o respaldo da bancada do MDB. Isso significa que ela não representará o partido na eleição. Mesmo antes de deixarem a senadora a pé, as lideranças do partido já estão negociando com Pacheco cargos na Mesa Diretora. O partido deve indicar nome para a primeira vice-presidência e a quarta secretaria.

Pacheco conta com apoio do atual presidente Davi Alcolumbre (DEM-MG) e do presidente da República, Jair Bolsonaro. Para fortalecer ainda mais a candidatura de Pacheco e evitar traições de última hora, Bolsonaro está liberando emendas, além de oferecer cargos no governo aos senadores.

Essa união de força se transformou em rolo compressor para “esmagar” a candidatura de Simone. Essa ação pode tirar a chance de uma mulher presidir, pela primeira vez, o Senado Federal, e essa mulher é a senadora de Mato Grosso do Sul.

Essas traições na bancada do seu partido, sem dúvida nenhuma, enfraqueceram a candidatura de Simone. A sobrevida dela está no apoio dos senadores do Cidadania, Podemos, PSB e parte do PSDB. E se todos os senadores desses partidos a apoiarem, somam 29 votos. Insuficientes para garantir a vitória.

Ela vai precisar, no mínimo, 41 votos para se eleger presidente do Senado. Para isso, Simone vai precisar contar com apoio de dissidentes dos partidos aliados a Pacheco. O tempo é curto. Mas Simone ainda acredita numa reviravolta.