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Luta E Representatividade

Políticas públicas auxiliam no protagonismo de mulheres negras

Romilda Pizani reforça necessidade de debate para inserção dos negros na sociedade

3ª Marcha das Mulheres Negras no Centro do Mundo, no RJ - Foto: Reprodução Internet
3ª Marcha das Mulheres Negras no Centro do Mundo, no RJ - Foto: Reprodução Internet

Maju Coutinho, Nina Silva e Iza. Mulheres negras, empoderadas e que conquistaram representatividade no cenário brasileiro, cada qual com seu talento e força. A luta da mulher preta é pautada pela necessidade de debater políticas para a inserção do povo negro na sociedade, não só no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, mas o ano todo. Segundo Romilda Pizani, coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de MS, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25), é marcado por reflexão e luta.

 “As mulheres negras são a pirâmide da sociedade, elas trazem consigo todas as dores e demandas atuais. No meio da comunicação, quando se liga a TV às 12h, ter uma mulher negra dando informações é muito significativo, fora os outros segmentos, quando você abre uma revista ou editorial de moda. A criança vendo isso é motivador. Temos sim mulheres que conseguiram se destacar, que são referência mas entendemos que precisamos e queremos mais”, explicou.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra no Brasil corresponde a maioria, 54%. De acordo com a Associação de Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. Porém, tanto no Brasil quanto fora dele, essa parcela populacional, principalmente as mulheres, também é a que mais sofre com violência.

Romilda afirma que o sentimento de “querer mais” não se resume na superioridade do povo negro e estar à frente de outras etnias, mas na maneira de incluí-lo cada vez mais em lugares pouco acessados.  “Existem os dois lados da moeda. Tem as pessoas que estão ali desenvolvendo seu trabalho e, também tem o lado do capitalismo que usa a imagem da mulher negra para fazer propaganda e se auto promover.  Quando você olha na empresa, só encontra um ou outro funcionário”, explicou.

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha nasceu em 1992 em um encontro de mulheres negras em Santo Domingos, na República Dominicana. Elas definiram a data e criaram uma rede para pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU), a assumir a luta contra as opressões de raça e gênero.

Segundo a coordenadora as referências negras precisas aumentar, mesmo diante do cenário positivo. "Essa data vem para alertar a população sobre os direitos das mulheres negras. Em relação ao avanço na luta, de duas décadas para cá, tivemos algumas evoluções e os avanços ainda passam pela educação. É visível o aumento de pessoas negras nas universidades, sendo grande parte mulheres, porém é necessário fazer mais”, destacou. Confira a entrevista completa: