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Produtores querem vetar compra de boi do Paraguai

Hoje, representantes dos produtores levaram o problema ao senador Valter Pereira

Produtores rurais de Campo Grande querem que continue proibida a importação de gado em pé do Paraguai para ser abatido nos frigoríficos do Brasil. A transação está proibida desde 2005, quando foram descobertos focos de febre aftosa em fazendas da região Sul do Estado e foram adotadas medidas sanitárias para extinguir o vírus.

Hoje, representantes dos produtores levaram o problema ao senador Valter Pereira, presidente da Comissão de Agricultura do Senado. Eles pediram o fim da importação, anunciada pelo governador André Puccinelli e autorizada pelo Ministério da Agricultura. Pela proposta do governo do Estado, será aberto um corredor sanitário na ZAV (Zona de Alta Vigilância) para a compra de 10 mil cabeças de gado paraguaio por ano. A medida beneficiará diretamente os frigoríficos localizados na área de fronteira, como o Marfrig, situado em Porto Murtinho.

Entidades ruralistas alertam para os prejuízos que essa medida pode trazer para a pecuária sul-mato-grossense. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, João Lemos Monteiro, um dos maiores problemas é a carga tributária.

"Enquanto aqui negociamos gado com tributos altíssimos, a importação de boi do Paraguai será feita com taxas de impostos pequenas. Vamos estabelecer uma concorrência desleal. Isso causará um prejuízo muito grande para os pecuaristas", afirmou.

O presidente da Acrissul, Francisco Maia, atentou também para a questão sanitária. "Há uma desconfiança com relação ao controle sanitário no Paraguai. Em Mato Grosso do Sul nosso calendário de vacinação é rigoroso e cumprido dentro do prazo. No Paraguai, as notícias que temos é que de a vacinação está atrasada e ainda não atingiu a segunda etapa", disse Maia.