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Saldo da balança comercial cai 30% no primeiro bimestre de 2020

No mesmo período em 2019, a diferença entre exportações e importações foi de US$ 303.378 milhões. Em 2020, o valor ficou em US$ 210.957 milhões

O primeiro bimestre do ano foi encerrado com queda de 30,4% no saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul, em relação a janeiro e fevereiro do ano passado. No mesmo período de 2019, o saldo foi de 303.378 milhões de dólares. Já neste ano, o valor ficou em 210.957 milhões de dólares.

Apesar do resultado positivo, o cenário é de preocupação para março, devido à grande instabilidade do mercado mundial com efeitos causados pela expansão do novo Coronavírus em todo o mundo.

O grande estoque de celulose parada nos navios, devido ao não funcionamento dos portos na china, fez com que o produto apresentasse queda de 6,7% nas exportações. Houve crescimento de 18% no volume exportado da celulose, porém com o preço mais barato. O faturamento foi de 316 milhões de dólares, 23 milhões de dólares menor que o registrado no ano passado.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, a baixa produção industrial chinesa vai afetar as exportações nos próximos meses. “Apesar da taxa média do dólar de R$ 4,34 em fevereiro, o faturamento recorrente das exportações de celulose caiu devido à queda do preço pago pelo produto. Com a atual situação econômica, a tendência é de aumento dos estoques da celulose na China, que atua com baixa produção industrial, podendo afetar as exportações nos próximos meses”, disse ele.

As exportações de carnes bovina cresceram 9,7% e as de frango 48,3% no bimestre, ainda no reflexo da abertura dos mercados, mas o governo não sabe se a demanda internacional vai continuar alta devido a manutenção dos estoques dos países.

Seguindo a tendência de alta, as exportações de minério de ferro cresceram 117,8% nos dois primeiros meses deste ano, representando 4% da pauta de exportações do Estado. As exportações de minério de ferro somaram 632 milhões de toneladas e 26,3 milhões de dólares.

A Bloomberg, que analisa dados do mercado, avalia que o setor da mineração deve enfrentar uma nova crise neste ano. Você lembra das queimadas que devastaram a Austrália no final do ano passado? Elas causaram uma crise na oferta, porque o país é um dos maiores produtores do mundo, o que fez que o preço disparasse. Agora, com a diminuição do ritmo da produção de aço na china, o preço deve cair. Esse momento de alta das exportações do minério deve ser passageiro.

Devido a sazonalidade do período, as exportações de milho caíram 63% e soja caíram 63% e da soja 79%. Apesar dos efeitos do Coronavírus na china, em fevereiro houve aumento de 12,2% nos envios de Mato Grosso do Sul para o país. As exportações também cresceram para Hong Kong (34,2%), Coreia do Sul (291,8%) e Japão (110%).

Importações

Houve aumento na compra de gás natural, que quase dobrou a participação no peso de tudo que é importado de outros países. Com a notícia de que a Petrobras reduziu o volume de importação pelo gasoduto Gasbol, a expectativa é que outras empresas possam comprar o gás, aumentando o volume de importação nos próximos meses.