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Seca reduz ainda mais nível do Rio Paraguai e atrapalha setor econômico

Condição afeta diretamente a navegabilidade da hidrovia, responsável por levar a produção de minério de ferro e manganês extraído em Corumbá

Seca reduz ainda mais nível do Rio Paraguai e atrapalha setor econômico - Foto: Divulgação
Seca reduz ainda mais nível do Rio Paraguai e atrapalha setor econômico - Foto: Divulgação

A seca severa que enfrenta a bacia do Rio Paraguai causa reflexos em diferentes áreas em Corumbá. O nível do Rio Paraguai tem caído mês a mês com o período de seca dos últimos dois anos. Em 17 de julho, por exemplo, a régua no 6º Distrito Naval de Ladário indicava nível de 1,74 m. Passado um mês, agora em 17 de agosto, o mesmo nível está em 54 centímetros. Isso já representa em 1,48 metros abaixo do nível da régua.

Um dos menores níveis registrados até hoje do Rio Paraguai foi em setembro de 2020, com 95 centímetros na régua da Marinha do Brasil, em Ladário.

Essa condição afeta diretamente a navegabilidade da hidrovia, responsável por levar a produção de minério de ferro e manganês extraído em Corumbá. O Rio Paraguai serve para escoar essa produção, que foi de mais 770 mil toneladas só de minério de ferro, levando em consideração a extração da Vale e da Vetria. Quando ele não apresenta condições de navegação ideal, como está ocorrendo atualmente, as empresas precisam utilizar o transporte rodoviário, que tem menor capacidade de carga que o meio fluvial.

Além disso, há um grande volume de caminhões trafegando na BR-262, que no trecho principalmente entre Corumbá e Miranda não tem terreno suficientemente resistente para suportar esse tipo de carga. A rodovia corta uma extensão de mais de 100 km dentro do Pantanal.

O Rio Paraguai continua sendo utilizado para a navegação, porém com capacidade de transporte reduzido para se adaptar ao nível do rio.

O governo do Estado de Mato Grosso do Sul decretou situação e emergência ambiental devido à seca em julho e medida é válida até o final do ano. O governo federal reconheceu a situação de emergência em 6 de agosto.

Além do impacto econômico, é a água do rio que abastece a população de Corumbá. Moradores que vivem na parte alta da cidade, acima do trilho da ferrovia da Malha Oeste, enfrentam falta de água nas torneiras de forma recorrente nesse período de seca.

Dados do Clima Tempo indicam que a média de chuva nos últimos 30 anos para a região de Corumbá nesse período do ano é de 36 mm, porém a média de chuva registrada neste mês de agosto de 2021 está em 0. Além disso, a baixa umidade do ar é outro alerta, principalmente para a saúde das pessoas. Nesta terça-feira (17), essa umidade deve ficar entre 10% e 12% nos períodos mais quentes do dia, que varia entre meio-dia e 16h. A máxima nos termômetros pode alcançar 38º C.