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Editorial

Temos que Combater a Fome

Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado

Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado - Divulgação/Agência Brasil
Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado - Divulgação/Agência Brasil

Triste ver em um país como o nosso Brasil, uma legião de pessoas enfileiradas em centenas de cidades prontas para receberem um prato de sopa, uma quentinha ou uma cesta básica de alimentos. É entristecedor constatar esse quadro desolador que atinge milhares de famílias brasileiras em consequência do analfabetismo, da falta de emprego, da desqualificação da mão de obra em um país de economia tão forte e portentoso como nosso. A nossa gente sem estudo, sofre as consequências da miséria agravada pela falta de moradia. A favelização nas cidades aumenta assustadoramente. As moradias além de precárias não dispõem de redes de água e esgoto e rede de energia elétrica. Crianças fora da escola ficam sem a merenda escolar. Os seus pais lutam para serem cadastrados nos insuficientes programas de alimentação que oferecerem uma vez por mês uma cesta básica que não resolve as necessidades destas famílias, as quais são sacrificadas pelo quadro social alarmante e por conta do descontrole e falta de esclarecimento sobre os efeitos e causas da gravidez inconsequente.

O que salva e pode amenizar mais ainda, é o elevado espírito de solidariedade da gente brasileira, que se organiza espontaneamente para instalar cozinhas comunitárias, arrecadar alimentos e distribuí-los de maneira criteriosa àqueles que necessitam. Não são poucas as organizações de pessoas ou entidades assistenciais que se esforçam para angariar e distribuir alimentos, seja in natura ou prontos, feitos com o gosto do amor e do afeto. Esse gás social é que consola e ameniza a fome que sacrifica essa legião que vive à margem e do favor dos programas sociais.

O olhar de cada um neste grave momento deve ser para ação da caridade e do socorro neste tempo tão difícil quando a humanidade é assolada por uma impiedosa pandemia que enfraquece e impõe situações de extremo abatimento na saúde mental das pessoas, ou, então, ceifa vidas, enluta famílias e as deixa na orfandade. Vivemos um período de extremas dificuldades, medo de que algo possa nos acontecer… E até deixar nossas famílias, repentinamente. Esses pensamentos que não são bons, atropelam vez por outra a saúde mental do ser humano.

A pandemia é o fantasma que ronda cada um de nós. Por isso, temos que pensar saudavelmente. Adotar todas as cautelas que nos são sugeridas pelas autoridades sanitárias. Anunciam uma terceira onda de contágio com vírus de cepas desconhecidas.  Embora, milhões já estejam vacinados ou em vias de ser, acabam acometidos por esse tormento que não sabemos quando terá fim. 

Enquanto não passa a tempestade, a vida continua. Mas para que sejamos mais dignos dessa oportunidade, também é preciso que exercitemos a solidariedade em favor do próximo. Nada custa participarmos de grupos de ação solidária em favor do combate a fome. Nãos são poucas as crianças, para não falar dos adultos que amanhecem sem nada ou pouco têm para dividir com os seus nos lares que habitam.

Com escolas fechadas, a merenda escolar faz falta para as crianças. A ação do poder público por mais ampla que seja não é suficiente para aplacar a fome de tantos quantos não sabem se no dia seguinte conseguirão fazer uma refeição. Diante deste quadro desolador é tempo de darmos a contribuição anônima em favor do próximo, seja ela qual for. 

Esse gesto de amor e solidariedade para o próximo é fundamental para o bem estar da nossa alma. Voltemos o nosso olhar para as entidades assistenciais de nossa cidade, se temos dificuldades de identificar quem necessita, façamos a doação que aplacará a fome do próximo. Temos que combater a fome pela união e ação das pessoas, independentemente de credo e religião, mas como prática de burilamento e evolução da pessoa humana, que sabe, pode e deve fazer o bem sem olhar a quem, como diz o adágio popular.