Em Mato Grosso do Sul, a repercussão negativa sobre a conduta de alguns participantes de um reality show global, gera muitas dúvidas em relação à representatividade da cultura negra na sociedade. A educadora social Romilda Pizani, exemplificou o racismo estrutural e toda a problemática em torno do programa, que segundo ela oferece um "desserviço" ao público. Ela pontuou que a educação ainda é a melhor ferramenta para fomentar a história dos negros nas escolas.
"Nós entendemos que você fazer a militância orgânica dentro do Movimento Negro, tem uma diferença muito grande de você ser um negro em movimento, que desenvolve ações isoladas e pontuais. No primeiro caso, a vivência contribui para que haja inserção a partir das políticas públicas para que a população negra possa ter mais acesso”, destacou.
Romilda também é vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura de MS e coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro do Estado. Ela destacou a Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de "história e cultura afro-brasileira" dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio, não é implementada.
“Falta formação para os profissionais de educação que não estão preparados para tratar nossa história A grade curricular não atende as escolas e há ausência de conteúdo pautado em questões raciais”, salientou.