O uso de animais como atrações circenses é polêmico e divide opiniões. Muitos defendem que, sem os animais, o espetáculo perdeu a graça. Outros acreditam que os bichos são mal tratados.
Para o relações públicas do Circo Europeu, Carlos Santos Sobrinho, os animais são importantes para a vida do circo.
Já o coordenador de operações da diretoria de produção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Cabral Borges, afirma que é regra encontrar animais em condições ruins nos circos.
Borges também afirma que os bichos não recebem alimentação adequada e não têm acompanhamento veterinário. O Ibama também verifica a origem dos animais silvestres e os riscos que eles podem vir a oferecer ao público.
O relações públicas Carlos lembra que, por causa da polêmica, os animais do Circo Europeu foram doados. Ele credita parte das dificuldades enfrentadas hoje pelo circo à falta dos bichos como atração.
O coordenador da área de circo da Funarte, Marcos Teixeira, explica que não se pode generalizar e colocar o circo como o grande vilão na questão dos maus tratos. Ele defende a regulamentação do uso dos animais.
Ainda não existe lei específica sobre o uso de animais em circos. Um projeto de lei do deputado Augusto Carvalho proíbe o uso de animais em apresentações. Mas ele tramita apensado a outro projeto, do senador Álvaro Dias, que institui o registro dos circos e prevê condições para o emprego de animais na atividade.
Ontem (26), véspera do Dia Nacional do Circo, foi lançada na Câmara a Frente Parlamentar do Circo Brasileiro, que tem como objetivo identificar os problemas encontrados na legislação para as comunidades circenses, aumentar os recursos para capacitar os profissionais e criar uma previdência para os artistas.