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Editorial

Vamos vacinar

Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado

Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado - Arquivo/JP
Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado - Arquivo/JP

Inacreditável que um bom número de pessoas diga que não vão tomar vacina contra a Covid -19. Umas, porque não acreditam na vacina chinesa, que hoje está disponível no mercado, a CoronaVac, embaladas pelo discurso negacionista do presidente da República, que, aliás, prefere atualmente o silêncio quanto a necessidade de se vacinar. O fato é que o presidente deveria conclamar as pessoas a se vacinarem, em vez de repetir que a vacinação não é obrigatória.  É triste ver que estamos superando a marca de mais de 230 mil mortes por conta deste vírus que mata. Não há como e nem porque discriminar ideologicamente a sua origem, se de países de regime comunista ou não. O que importa é a vacina que salva. Dezenas e dezenas de cientistas buscam freneticamente a manipulação de agentes biológicos para manipular e disponibilizar mais vacinas para a humanidade. Outras, porque acreditam que a vacina pode ser um agente desencadeador de reações que poderão potencializar o vírus no próprio organismo. Ora, a ciência médica e da biotecnologia jamais dariam às mãos para por em risco o bem estar e a segurança imunológica das pessoas com vacina que pode colocar em riscos vidas. As vacinas sejam de origem americana, europeia ou do continente asiático e a russa, estão salvando vidas. Portanto, a discussão sobre os seus benefícios é inócua. As pessoas que relutam por ignorância ou por qualquer outro motivo, precisam ser esclarecidas.  É evidente que falta o discurso em favor da vacinação ampla e irrestrita por quem com isenção de qualquer natureza tem que conduzir e obrigatoriamente liderar para o bem e com lucidez o povo que representa. 

Por outro lado, a produção de vacina é bem menor do que a demanda mundial.  Nós o brasileiros, nos perdemos no debate estéril e que desconstituía sistematicamente as medidas do Ministério da Saúde. A troca de ministros que indicavam o melhor caminho a ser seguido por outro acostumado a cumprir ordens de quem manda, agravou a situação em diversas circunstancias até a falta de oxigênio em Manaus e outros estados da região Norte com menor grau de gravidade. O próprio Ministério da Saúde não se mostrou capaz para negociar e amaciar os chineses, atacados sistematicamente pelo presidente e seus filhos parlamentares.

A sorte nossa é que a paciência oriental relevou esses ataques e a China liberou insumos para se processar mais vacina pelo Instituto Butantan. Para amenizar a Fundação Fiocruz também começa processar a vacina da AstraZeneca.  Mas, quantos milhões litros vamos ainda receber? Quais outras vacinas virão em nosso socorro? Existe um plano nacional de vacinação estabelecido com calendário que será cumprido observando faixas etárias, além de classificação de atividades de risco para cada estado federado? O governo de Mato Grosso do Sul disponibilizou 100 milhões de reais para comprar vacina para imunizar nossa população. Mas, há proibição federal que impede sua aquisição. Será removido em brevê esse impedimento? Se o andar da carruagem está travado no Ministério da Saúde pela falta de competência para equacionar negociações conforme se tem notícias, uma vez que ministros de outras áreas foram chamados às pressas para tratar da compra e fornecimento por outros países da vacina anti Covid-19, até quando teremos que conviver com essa camisa de força que impede estados adquirirem no mercado mundial a vacina que salva, tranquiliza e desemperra o andamento da nossa economia?  O caminho certamente será longo, mas temos que cobrar incessantemente de nossos governantes – Executivo e Legislativo,  providências para apressar a vacinação, porque o país continua nesta segunda onda ver mais de mil mortos pro dia serem sepultados e enlutando famílias. A proposta da senadora Simone Tebet para a formação de uma ampla Frente Parlamentar para acompanhar o andamento da compra e vacinação da população brasileira é de extrema importância. Enquanto isso, vamos mostrar para os desavisados a importância da vacinação.